Capitão Alberto pede prioridade na aprovação do PPB dos concentrados 

O Capitão Alberto Neto (Republicanos-AM) pediu ao Ministério da Economia que conclua o mais breve possível a consulta pública do PPB dos extratos de refrigerante. Indústrias do Amazonas consideram mudanças positivas. 

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Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília 

Publicado em: 23/11/2020 às 21:01 | Atualizado em: 23/11/2020 às 21:01

deputado federal Capitão Alberto Neto (Republicanos-AM) pediu prioridade na aprovação da proposta que altera o processo produtivo básico (PPB). Esse processo diz respeito aos concentrados de bebidas não alcoólicas produzidos na Zona Franca de Manaus (ZFM).

O pedido, por meio de indicação, foi feito ao Ministério da Economia que tem duas secretarias na coordenação do processo.

De acordo com o parlamentar, sua iniciativa visa atrair novos investimentos para a ZFM. É em Manaus, onde está situado o principal polo de extratos de sucos e refrigerantes do país.  

“A alteração do processo produtivo básico para produtos concentrados é um fator importantíssimo para a garantia de novos investimentos na ZFM, o que significa mais empregos, mais renda, desenvolvimento da indústria e da economia nacional”, justificou Alberto Neto. 

A “indicação” ao Ministério da Economia está relacionada às Consultas Públicas nº 61 e 65, de outubro deste ano. 

O prazo para apresentação de sugestões se encerrou na última sexta-feira, dia 20. 

A proposta do governo federal é alterar o PPB para os “extratos aromáticos vegetais naturais, concentrados, base e edulcorantes para bebidas não alcoólicas e corante caramelo”, industrializados na ZFM

Quem está coordenando esse processo é a Secretaria de Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação. Ela está vinculada à Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, 

“É preciso que a proposta em questão seja atendida de forma célere, visando os benefícios que a ZFM é capaz de proporcionar ao estado do Amazonas e para a economia do país, que agora mais do que nunca precisa superar os efeitos ocorridos com a pandemia”, argumenta Alberto Neto. O documento assinado por ele foi encaminhado também à mesa diretora da Câmara dos Deputados.  

Etapas do PPB 

Pela proposta inicial, o PPB dos extratos aromáticos vegetais naturais para bebidas não alcoólicas passa a ser feito pela trituração e mistura das matérias-primas, extração, decantação, filtração, concentração e estabilização do extrato.  

Já o processo produtivo básico dos concentrados, bases e edulcorantes, a ser desenvolvido pelas indústrias instaladas na ZFM, precisa ter dosagem, mistura e homogeneização, quando necessário, das matérias-primas sólidas e/ou líquidas. 

A terceira etapa do PPB dos refrigerantes é a do corante caramelo. Para que seja produzido na ZFM será necessária a dissolução do açúcar, formando o “açúcar líquido” com outras matérias-primas, além de filtração e homogeneização. 

Matéria-prima regional 

O PPB estabelece que os insumos de natureza agrícola e/ou extrativa vegetal, devem ter sido cultivados, extraídos, coletados, produzidos e industrializados pela agroindústria ou pela agricultura familiar na Amazônia Ocidental e/ou no Amapá. 

Elaborados com as matérias-primas vegetais, a última etapa de industrialização, exceto a embalagem, deverá ser realizada na mesma região, por empresa com projeto aprovado junto à Suframa.  

Requisitos para o incentivo 

O documento que norteia as Consultas Públicas 61 e 65, de 2020, diz ainda que todas as etapas dos processos produtivos básicos descritos, quando compatíveis e necessárias aos processos de fabricação dos produtos, deverão ser realizadas na Zona Franca de Manaus.  

Para o cumprimento das normas, é admitida a realização, por terceiros, na ZFM, de atividades ou operações inerentes ao atendimento às etapas de produção estabelecidas no artigo anterior. 

O PPB, a parte regional do processo de produção, é um dos requisitos para que as indústrias de refrigerantes tenham direito aos incentivos fiscais, como a isenção do Imposto de Importação, IPI, PIS-Cofins e ainda o crédito presumido na venda da produção. 

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Indústrias de acordo 

De conformidade com o representante da Federação e do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam/Cieam) em Brasília, Saleh Hamdeh, a proposta do governo trará contribuição para um melhor adensamento dos arranjos produtivos, bem como, estimula o desenvolvimento da Amazônia Ocidental. 

Para o executivo, a proposta traz avanços para o segmento e para a região, visto estar alinhada com os objetivos de agregar insumos de origem regional.

Isso facilitará a busca do fortalecimento de um importante vetor de desenvolvimento regional, que é a fruticultura.  

“Ao avaliarmos as ofertas na região, não identificamos nenhum obstáculo que possa comprometer o cumprimento do proposto”, declarou Saleh Hamdeh. 

E foi nessa linha que as indústrias do Polo Industrial de Manaus (PIM), do setor de concentrados, manifestaram nas consultas públicas.

 

Foto: Najara Araújo/Câmara dos Deputados/arquivo