As próximas semanas em Manaus será de um quadro negativo com o aumento de infectados e doentes pelo coronavírus (covid-19). Já em janeiro haverá um provável aumento no número de mortes.
É o que prevê o epidemiologista da Fiocruz/Amazônia Jesem Orellana: “Infelizmente, a gente tem uma expectativa negativa para as próximas semanas em Manaus devido a esse período que leva a muitas aglomerações”.
O cientista faz referência tanto ao período de preparativo para as festas de final de ano quanto a aglomerações durante os eventos.
“Vai ampliar o número de expostos, número de infectados e fatalmente de doentes e mortos já em dezembro. E mais provavelmente em janeiro de 2021”, lamentou.
Para ele, será um clima muito desagradável, no entanto, o cenário mudará no próximo ano em função da vacina.
Nesse contexto, ele diz que é preciso aguardar até que ponto a vacina vai beneficiar o Brasil e o Amazonas.
Orellana lamentou, contudo, que o estado ainda siga a linha do governo federal que segue “basicamente fazendo promessas”.
Para ele, dessa forma, é preciso ter ações concretas para preparar a campanha de vacinação no estado.
Campanha
Trata-se de uma campanha desafiadora. “Temos que lembrar que municípios do estado têm mais de 100 comunidades ribeirinhas. Então, nós temos um desafio logístico enorme”, disse.
Na sua opinião, para promover a vacinação em massa no Amazonas é preciso, entretanto, superar os desafios logísticos. Nesses desafios pesam a precariedade do atendimento da atenção básica e os recursos humanos (quantidade e qualidade). Além desses, tem ainda o desafio da estrutura existente nos 61 municípios.
De acordo com o pesquisador, é preciso uma ação concatenada entre os governos federal, estaduais e dos municípios.
“Sem articulação dos três níveis nós não vamos ter expectativa de vacinação em massa efetiva no Brasil”.
O epidemiologista da Fiocruz diz que as vacinas são, obviamente, fundamentais para controlar a epidemia em várias regiões do país.
Foto: divulgação/FVS-AM