Com decisão do STF, Braga desponta como candidato à presidência do Senado

Apesar de despontar como candidato à presidência do Senado, Eduardo Braga tentou despistar e disse que a bancada do MDB ainda não se reuniu

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 07/12/2020 às 12:37 | Atualizado em: 07/12/2020 às 12:39

Após o STF (Supremo Tribunal Federal) proibir a reeleição dos atuais presidentes do Senado e da Câmara, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e Rodrigo Maia (DEM-RJ), respectivamente, o MDB reivindica o cargo no Senado por ser a maior bancada na casa.

Três nomes do partido despontam como favoritos: Eduardo Braga (AM), Eduardo Gomes (TO) e Fernando Bezerra (PE), este último dito como preferido do presidente da República, Jair Bolsonaro.

Questionado pelo BNC Amazonas sobre a decisão do Supremo e se será candidato, o senador Braga não respondeu nem sim e nem não. “Decisão do STF se cumpre ou se recorre. Nossa bancada não se reuniu ainda”, afirmou.

Enquanto a bancada do partido não se reúne para debater o assunto, bastidores em Brasília dão conta de que Bolsonaro já tomou a dianteira e marcou para esta segunda-feira (7) uma conversa com Eduardo Gomes, que é líder do governo no Congresso.

Para o Palácio do Planalto, é natural que o MDB pleiteie o cargo de Alcolumbre, uma vez que o partido possui a maior bancada na casa.

Na última eleição, disputaram a indicação do partido a senadora Simone Tebet (MS) e Renan Calheiros (AL), sendo o último derrotado por Alcolumbre.

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Câmara

Na Câmara o jogo também zerou. O deputado Marcelo Ramos (PL), que desistiu de sua candidatura, até então diz que vai apoiar o candidato que seu partido indicar. Neste caso, o deputado Arthur Lira (PP-AL).

Lira também é candidato preferido de Bolsonaro para rivalizar com o escolhido do grupo de Rodrigo Maia.

Sobre a decisão do Supremo, Ramos disse que o simples fato de o STF não afastar de pronto a tentativa de relativizar um comando expresso da Constituição já é um grave precedente.

De acordo com ele, os ministros que votaram pela “autorização da reeleição se afastam do juramento de interpretar e fazer cumprir a Constituição”.

“Certa vez um aluno perguntou o que caracteriza uma ditadura. Respondi de forma simples: se há uma pessoa ou um poder acima da constituição é uma ditadura! Se não há, temos uma democracia. Umas mais consolidadas, outras frágeis e ainda aquelas em formação, mas uma democracia”, explicou.

Para ele, apesar de Maia ser muito importante para estabilidade do país, a Constituição é muito mais importante. “Sem o Rodrigo e com a Constituição, a democracia sobrevive. Sem a Constituição, ainda que com o Rodrigo, já não teremos uma democracia”, afirmou.

Foto: Marcos Oliveira/Ag. Senado