O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), reviveu hoje, dia 15, sua verve parlamentar ao ser convidado para fazer da tribuna da Câmara dos Deputados, em Brasília, a oratória na abertura da homenagem ao aniversário de 52 anos do modelo de desenvolvimento Zona Franca de Manaus (ZFM).
Ele não só defendeu a manutenção do modelo como cobrou que o governo federal garanta a sobrevivência do polo industrial do Amazonas como contrapartida para a preservação da floresta amazônica. “A Zona Franca de Manaus é o sustentáculo da floresta amazônica amazonense e, além disso, gera emprego e benesses ao país inteiro e por isso merece ser apoiada”.
Arthur disse que, por isso, a ZFM deve se impor como um dos polos mais sofisticados da América Latina e dos mais vigorosos do Brasil, mas ao mesmo tempo precisa ter sua infraestrutura reforçada.
“Nossa telefonia celular não funciona, nossa internet é precária, precisamos da BR-319 [Amazonas-Rondônia] e também não temos um porto de verdade. Eu gostaria de ver investimento em formação de mão de obra, em inovação tecnológica e em acúmulo de capital intelectual”, afirmou da tribuna da Câmara.
O fortalecimento dos institutos de pesquisa da região e investimento em ciência e tecnologia também foram pontos levantados pelo prefeito.
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ZFM é muito mais do que incentivos fiscais
No discurso, ele cobrou mais apoio à Superintendência da ZFM (Suframa) e ao polo industrial, “muito além dos incentivos fiscais que, subtraídos mais de R$ 10 bilhões de impostos que o Amazonas devolve ao governo federal, chegam a ser R$ 14 bilhões”.
“Chegamos ao momento de fazermos uma grande reflexão e retomar o crescimento. Se alguém quiser conspirar contra a zona franca não precisa cortar incentivo, e nem pode, já que está garantido na Constituição, mas basta deixar como está, pois desse jeito não irá resistir às intempéries que virão. Por isso, é preciso fazer essa reforma infraestrutural forte à qual me refiro e agregarmos novos produtos a nossa produção”, afirmou.
O prefeito de Manaus também apresentou os riscos à floresta amazônica e ao mundo caso não se garanta com urgência a sobrevivência do modelo ZFM.
“Esse modelo é importante pela questão ambiental e aqui deixo uma advertência muito clara: nós temos a riqueza da água, que será a principal commoditie da metade deste século. A zona franca garante a sobrevivência da floresta amazônica amazonense e com sua devastação correríamos riscos de atritos militares com potências que estão de olho na nossa região. Mas, deixo meus parabéns à zona franca, pois sua vida é a nossa vida”, disse Arthur, no encerramento do discurso.
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Reconhecimento
Após 20 anos dedicados ao poder Legislativo, em Brasília, tendo sido deputado federal de 1995 a 1999 e de 1999 a 2003, além de senador da República, de 2003 a 2011, Arthur Virgílio Neto foi reconhecido por todos os participantes da cerimônia como um exemplo de luta por todas as causas em defesa da Amazônia.
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Foto: Divulgação/Semcom