O 59º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), que terminou no último domingo (16), em Brasília, aprovou como uma das suas resoluções a criação da Universidade da Integração Amazônica.
Doutoranda da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, Flávia Calé, ex-presidente da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), elogiou a proposta.
De acordo com ela, a Amazônia é considerada estratégica do ponto de vista ambiental e econômico para o país, mas que possui um quadro de pesquisadores reduzidos em relação ao Sul e Sudeste que abriga 70% dos pós-graduados.
“A UNE está defendendo uma universidade na Amazônia com os países amazônicos, uma proposta sensacional. Trata-se de uma universidade de ponta que junte os nossos melhores cérebros da região pra pensar o desenvolvimento local e sustentabilidade”, afirmou a pesquisadora ao BNC Amazonas.
No documento, que será entregue ao Ministério da Educação, os estudantes defenderam que a nova instituição tenha o papel de promover a integração com outros países da região.
“Avançar no conhecimento e na relação com sua biodiversidade, seus povos e a partir da ciência e tecnologia, o desenvolvimento sustentável para também fortalecer os laços de integração do Brasil a outros países da América Latina”, diz um trecho da resolução.
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Cooperação
Em artigo conjunto com outras lideranças estudantis, publicado em O Globo, a amazonense Bruna Brelaz, que terminou seu mandato na presidência da UNE, disse que o primeiro passo seria a interligação das universidades da região para avançar no tema da cooperação regional a partir da educação.
“Criar um programa de mobilidade regional para estudantes, pesquisadores e professores do ensino superior, na teoria e prática, é determinante para a integração regional”, disse.
No artigo, os líderes destacam que, após a destruição ambiental causada pelo governo de Jair Bolsonaro, “é urgente que o Brasil reconstrua sua política de proteção da Amazônia, mas, para que isso seja algo enraizado no projeto do Estado brasileiro, é necessário projetar políticas estratégicas que cumpram nossas tarefas de proteção e soberania da região”.
Foto: @imatheusalves / UNE