O Governo do Amazonas, ao mesmo tempo em que anuncia revisão nas medidas restritivas ao comércio não essencial, informou neste domingo (27) que o sistema de saúde amplia o número de leitos exclusivos para o aumento da demanda de pacientes do coronavírus (covid-19).
De acordo com a Secretaria de Saúde (SES), todas as unidades para internação de contaminados pela doença estão sendo reorganizadas para fazer frente a essa demanda.
Por exemplo, o hospital Platão Araújo, na divisa das zonas norte e leste, já está com 80% da sua estrutura destinada a pacientes do coronavírus.
Além disso, o órgão está reativando leitos em outras unidades do estado, como no hospitais Beneficente Portuguesa e 28 de Agosto.
Ao lado do aumento da capacidade de acolher os contaminados pelo coronavírus, o governo local faz novos planos. Desse modo, um deles é instalar um hospital de campanha, com apoio do governo federal.
Conforme a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), em 25 dias deste mês, até o Natal, portanto, a taxa de ocupação de leitos cresceu 61%. Isso porque o número de pacientes hospitalizados saltou de 461 para 742.
Dessa maneira, o Governo do Estado prepara a rede hospitalar para um novo boom da doença nos próximos vinte dias.
Segundo especialistas, intensas aglomerações no Natal e a rejeição do comércio às restrições de atividades no final do ano vão contribuir para isso.
Aliás, há quem avalie até que houve demora em conter a circulação de pessoas em atividades não essenciais.
Conforme opina especialista, o decreto deveria ter sido baixado bem antes do Natal, quando o coronavírus no Amazonas deu sinais de segunda onda.
Como resultado, a rede hospitalar do Amazonas tenta agora evitar o colapso no atendimento às vítimas.
Muitos, talvez, entre os que se negaram à quarentena de 15 dias proposta pelo governo.
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Delphina à beira do colapso
O hospital Delphina Aziz, o principal para pacientes da doença, já é considerado pelo governo como operando no limite.
A taxa de ocupação de leitos de UTI, para os doentes em estado grave, já se aproxima de 100%. Ou seja, do colapso dos 150 leitos de UTI só nessa unidade. Há dois meses, eram apenas 70.
Além disso, segundo a SES, a rede de emergência está hoje altamente pressionada pelo recrudescimento do coronavírus depois do pico da doença, até junho.
Para fazer frente a esse novo ataque do vírus, o governo de Wilson Lima (PSC) colocou em operação, desde novembro, a um plano de contingenciamento. Hoje na terceira fase, o programa cuida dessa ampliação de leitos.
Dessa forma, a rede estadual está ganhando 297 novos leitos, sendo 63 de UTI e 234 clínicos. Além disso, o governo incorpora outras unidades contra o vírus. O hospital Platão Araújo, por exemplo, entra com o reforço de 53 leitos clínicos e 11 de UTI.
O HUGV (Hospital Universitário Getúlio Vargas), federal, também vai participar do esforço contra a doença. Mesmo não recebendo, inicialmente, pacientes da covid, a unidade vai absorver pacientes de outras causas. Assim, a rede estadual ganha leitos para destinar a contaminados pelo vírus.
*Com informações da comunicação do governo (Secom)
Foto: Breno Esaki/Agência Saúde