Deputado alerta para bilionária ‘indústria da manutenção’ na BR-319

"Então, já gastamos mais de R$ 3 bilhões de manutenção. A estrada não é drenada, não é asfaltada. As pontes não são construídas e continuam improvisadas", disse.

Deputado alerta para bilionária 'indústria da manutenção' na BR-319

Ednilson Maciel

Publicado em: 30/06/2022 às 13:08 | Atualizado em: 30/06/2022 às 13:08

O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) alertou que a BR-319 pode ser alvo da ‘indústria da manutenção”. Ele se referiu ao recente ato do governo Bolsonaro, via Dnit (Departamento Nacional de Transportes), de transferir a administração de 500 quilômetros, dos quase 900, da rodovia do Amazonas para Roraima.

Conforme denuncia, essa “indústria da manutenção” se beneficia de reparos temporários.

“Está muito clara a ‘indústria da manutenção’ da estrada. Quando vem o verão, é feita a manutenção, mas ela fica no barro. Não é asfaltada a drenagem e nem nada disso. Vem a chuva, as carretas pesadas que trafegam não têm uma balança para coibir seu tráfego e o resultado disso é que a estrada é destruída.  Quando ela é destruída, fica garantida a contratação das mesmas empresas para fazer a manutenção”.

De acordo com números apresentados por Serafim na Assembleia Legislativa (ALE-AM), o governo gasta de R$ 100 a 200 milhões anualmente com essa “indústria”.

“Então, já gastamos mais de R$ 3 bilhões de manutenção. A estrada não é drenada, não é asfaltada. As pontes não são construídas e continuam improvisadas”.

Por causa disso, o deputado cobrou que o Dnit apresente um levantamento desse desperdício de dinheiro público nos últimos 15 anos.

Sobre a transferência do controle para Rondônia de boa parte da BR que está no Amazonas é uma forma de enfraquecer o Dnit local.

“Não sei as razões e até agora ninguém explicou essa transferência. Considero isso um absurdo, mas quero colocar para a reflexão de todos se por detrás disso não existe um grande interesse nessa ‘indústria da manutenção’”.

Leia mais

‘BR-319 não foi feita até hoje e nem será’, diz Alfredo Nascimento 

Sem diálogo, tudo como antes

E acrescentou que esse é um problema que se arrasta por 30 anos. Dessa forma, solução só virá por meio de diálogo entre governo federal, Ministério Público, Funai (Fundação Nacional do Índio), governos do Amazonas, Rondônia e Roraima, além de ambientalistas, sugeriu Serafim.

Foto: Divulgação