Integrante da Comissão de Relações Exteriores, da Câmara dos Deputados, o deputado federal Átila Lins (PP-AM) enviou nesta segunda-feira (14) comunicado ao ministro do Itamaraty, embaixador Carlos França.
O documento do decano da bancada do Amazonas ao Ministério das Relações Exteriores protesta contra o que ele chamou de “forma desumana” como estão sendo deportados os brasileiros que tentam ingressar nos Estados Unidos de forma ilegal.
Átila diz que os Estados Unidos vêm ignorando o pedido do Brasil, e uso de algemas em deportados vira impasse.
Em reportagem da Folha de S. Paulo, brasileiros relatam que são algemados em frente dos filhos.
Apesar de o pedido para abolir o uso de algemas valer para todos os deportados, a Folha informa que pessoas envolvidas nessas operações afirmam que havia o entendimento de que integrantes de núcleos familiares, em especial, não passariam por essa situação.
“Todos os meses , saem dois voos do EUA trazendo os deportados. E nada justifica os deportados viajarem algemados, como se fossem bandidos, como se oferecessem risco”, diz a carta do parlamentar ao ministro das Relações Exteriores do Brasil.
Lins ressalta ainda que a situação fica ainda pior porque nem as crianças escapam do tratamento radical, pois, viajam também algemadas.
“Isso é um absurdo. Merece a repulsa das pessoas de bem do nosso país”, diz Átila no comunicado-protesto.
O membro titular da comissão reconhece que a deportação deve continuar porque os brasileiros insistem em ir para os EUA, de forma ilegal. No entanto, esse retorno seja de forma civilizada, se algemas.
“Todos sabemos que a intenção desse brasileiros é a busca de propiciar uma vida melhor as suas famílias. Com isso, espero que o senhor ministro Carlos França faça gestão diplomática junto ao governo americano para melhorar esse tratamento”, conclui o documento enviado ao Itamaraty,
Providências do Itamaraty
Em resposta às indagações e reclamações de Átila Lins, o chanceler Carlos França disse que no dia 3 de janeiro falou por telefone com secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken, com quem tratou sobre o tema das algemas nos deportados brasileiros.
“Reclamei do uso de algemas e ja tinhamos feito antes, junto à Embaixada dos EUA em Brasilia. Acho que a observação do senhor é pertinente e nos dá mais elementos para insistir no tema junto aos americanos”, escreveu França a Átila Lins.
Grande preocupação
À Folha, o Itamaraty disse que a situação é vista com “grande preocupação”. Segundo a pasta, o , no último dia 30 de janeiro para tratar do assunto.
Por meio de nota, o Ministério das Relações Exteriores disse que a situação é vista com “grande preocupação”. Segundo a pasta, o ministro Carlos França falou por telefone com o secretário de Estado americano, Antony Blinken, no último dia 30 de janeiro para tratar do assunto.
Questionado sobre o uso de algemas em voo com crianças e adolescentes, o órgão disse que tomou conhecimento da ocorrência do fato.
“O secretário Blinken respondeu que os protocolos de segurança nos voos não competem ao Departamento de Estado, mas demonstrou atenção ao pedido brasileiro. Informou, ainda, que seriam envidados esforços para que, em futuros voos de deportação, compostos unicamente por grupos familiares, não haja uso de algemas”, afirmou a pasta ao jornal paulista.
Com informações da Folha.
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Foto: Divulgação