Os deputados federais Marcelo Ramos (PL), José Ricardo (PT) e Capitão Alberto Neto (Republicanos) destacaram na sessão da Câmara, nesta quarta-feira (9), as calamidades sofridas pelo Amazonas e cobraram providências.
Vice-presidente da Casa, Marcelo Ramos (foto ) diz que o estado vive um dos momentos mais difíceis da sua história.
Na iminência de uma terceira onda de covid-19 (coronavírus), o deputado lembrou que o Amazonas enfrenta a maior cheia da sua história.
“A água hoje toma conta do centro da cidade de Manaus e de algumas cidades, como, por exemplo, Anamã, Careiro da Várzea, Careiro Castanho, que estão completamente debaixo d’água. E há outras já bastante comprometidas, principalmente nas populações ribeirinhas”, lamentou.
Não bastasse essa situação, Ramos destacou a ação do crime organizado no último final de semana.
“Houve uma afronta do crime organizado às forças policiais e à autoridade do Estado: ônibus, agências bancárias incendiadas e o terror na nossa cidade”, disse o deputado, para quem o Amazonas não vai perder a guerra para o crime organizado.
“Nós vamos enfrentá-lo, unindo as prefeituras, o governo do estado, o governo federal, a nossa bancada, para demonstrar que o que o povo do Amazonas constrói, com suor e trabalho, não será destruído pela força do tráfico e do crime organizado”, discursou.
Ele também agradeceu aos ministros Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional ) e Anderson Torres (Justiça) pelo atendimento às vítimas das enchentes e o envio da Força Nacional para o Amazonas, respectivamente.
José Ricardo
Diferente do vice-presidente da Câmara, José Ricardo criticou o ministro Rogério Marinho por ter dito que não tem orçamento para o enfrentamento das consequências de desastres naturais e para a Defesa Civil.
Deputado José Ricardo Foto: Najara Araújo/Câmara dos Deputados
“O rio Negro atingiu a maior cota da sua história. Cidades inteiras estão alagadas e milhares de famílias foram afetadas, mas não têm o apoio necessário por parte dos governos municipal, estadual e federal”, criticou.
De acordo com ele, muita gente não tem nem o auxílio: “Quando tem, o auxílio prestado é insuficiente para garantir uma moradia provisória enquanto passa esse período da enchente. É uma situação lamentável!”.
Leia mais:
Wilson Lima recebe prefeitos para tratar da operação Enchente 2021
Governo diz que liberou R$ 3,3 milhões em crédito na cheia dos rios no AM
Liberados mais R$ 2,51 milhões aos desabrigados das enchentes no AM
Governo libera mais R$ 3 milhões para Guajará, Itamarati e Pauini
O deputado também citou o problema da pandemia no estado com mais de 13 mil vítimas, falta de oxigênio e UTIs na capital e no interior.
Além disso, lamentou os escândalos que envolveram esquemas de desvio de recursos na área de saúde por parte do governo do estado no ano passado.
“Há também o desemprego, que aumentou. A fome agora já voltou também. Há os ataques aos empregos e à Zona Franca por parte do governo Bolsonaro e do ministro da Economia (Paulo Guedes), criando instabilidade em relação à área econômica”, disse.
Leia mais:
Por fim, o petista destacou a onda de insegurança. “A população está amedrontada com o crime organizado, com incêndios, com ataques a ônibus, ambulâncias, UBS, prédios públicos, delegacias, ou seja, está sem segurança por incompetência dos governos estadual e federal”, criticou novamente.
Capitão Alberto Neto
Vice-líder do governo Bolsonaro, Capitão Alberto Neto, afirmou que o estado sofre os efeitos de mais uma onda que não e da Covid-19, mas do crime organizado.
Policial militar, o deputado diz que fez a ponte do governo estadual com o Ministério da Justiça para o envio da Força Nacional ao Estado, mas disse que isso não resolverá o problema.
Deputado Capitão Alberto Neto Foto: Gustavo Sales/Câmara dos Deputados
“Aqui quero cobrar medidas mais enérgicas. Nós temos que transferir lideranças do Comando Vermelho do Amazonas para os presídios federais. Nós temos que enfraquecer essas organizações criminosas”, propôs.
Capitão Alberto diz que não se pode aceitar a afronta ao estado. “O estado tem que se mostrar forte neste momento! Não podemos recuar um centímetro”, disse.
Ele cobrou apoio aos policiais militares. “Tudo aconteceu por causa de um confronto com a tropa especializada da Rocam, da Polícia Militar, que, numa troca de tiros, matou o principal integrante do Comando Vermelho no Amazonas. Depois dessa morte, começou a vingança, uma vingança covarde. Não partiram para o enfrentamento, agiram contra as pessoas mais frágeis”, afirmou.
Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados