Eduardo Braga, Omar e Plínio votarão a favor do adiamento do Enem
Braga, Omar e Plínio fazem parte de um movimento crescente de senadores pelo adiamento das provas.

Por Iram Alfaia, de Brasília
Publicado em: 19/05/2020 às 04:00 | Atualizado em: 19/05/2020 às 07:38
Os senadores Eduardo Braga (MDB), Omar Aziz (PSD) e Plínio Valério (PSDB) vão votar, nesta terça-feira (19), a favor do projeto de lei da senadora Daniela Ribeiro (PP-PB) que suspende a aplicação das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em casos de calamidade pública.
Os três senadores, que disseram ao BNC Amazonas que são a favor do projeto, fazem parte de um movimento crescente de senadores pelo adiamento das provas, marcadas para novembro de 2020.
Segundo a Agência Senado, os parlamentares estão preocupados com a desigualdade no ensino a distância e as condições sanitárias para aplicação das provas.
“Contrários à opinião do ministro da Educação, Abraham Weintraub, de que o Enem não tem como objetivo a justiça social, diversos senadores alertaram para a falta de estrutura para que alunos de escolas públicas, de baixa renda e do interior do país de se preparem adequadamente para as provas e ter sua performance comprometida”, diz nota da Agência.
Para o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a insistência do governo em manter o calendário é um ato de “irresponsabilidade e covardia”.
“Favorecerá os privilégios, agravará desigualdades. Não podemos aceitar. Já acionamos a justiça e faremos o que for necessário”, escreveu o senador, no Twitter.
Também é grande a pressão sobre os senadores pelo adiamento das provas. Reitores de 63 universidades federais, representados pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), divulgaram carta em que reforçam a necessidade da definição de novo calendário a partir de diálogo com os educadores.
“A Andifes, reafirmando ser fundamental a realização de um Enem tecnicamente exitoso e com concorrência democrática, propõe a suspensão das datas e que, em condições razoáveis de segurança sanitária e equidade, seja possível definir um novo calendário”, diz a nota.
Servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela aplicação do Enem, também assinaram um manifesto em que 38 entidades ligadas à educação pedem ao governo a suspensão do calendário.
Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado/arquivo