O Congresso Nacional está articulado para aprovar, sem maiores resistências, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 48/2019 que facilita o uso de emendas parlamentares impositivas para estados e municípios. A proposta, uma vez aprovada, pode beneficiar prefeitos que vão tentar a reeleição em 2020.
E mais: o dinheiro seria repassado às prefeituras sem convênio com a Caixa Econômica Federal (CEF), como é feito hoje, e sem a fiscalização do Tribunal de Contas da União (TCU).
De autoria da ex-senadora e hoje deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), de acordo com publicação da Gazeta do Povo, a PEC tira a obrigatoriedade de que governadores e prefeitos tenham de firmar convênios com a Caixa para receber parte desse dinheiro.
Na prática, isso permite que deputados e senadores negociem diretamente com suas bases eleitorais como será feito o uso do dinheiro – o que beneficiará especialmente os prefeitos no ano eleitoral de 2020.
Como se trata de emenda impositiva, a verba obrigatoriamente tem de ser liberada pela União e não pode ficar retida, conforme a Gazeta do Povo ao publicar texto do Estadão.
Votação rápida
Embora já tenha sido votada pelos senadores, a PEC voltou ao Senado porque os deputados fizeram modificações no texto.
Mas a tramitação no Senado tende a ser rápida porque é de interesse de grande parte dos parlamentares atender as suas bases em ano eleitoral.
A expectativa é de que a proposta seja votada ainda nesta semana (ou no máximo na semana que vem) para que possa estar valendo já para 2020, segundo o texto reproduzido na Gazeta do Povo.
Embora na prática a PEC reduza o poder do governo federal na destinação das emendas parlamentares, a proposta não encontrou resistência do Planalto.
Isso porque o presidente Jair Bolsonaro defende que estados e municípios tenham mais autonomia financeira. Isso se refletiu no placar da votação na Câmara na terça-feira passada (19): 391 votos a favor da proposta e apenas 6 contra.
O repasse dos valores de emendas parlamentares individuais impositivas atualmente é feito obrigatoriamente por meio de convênios com a Caixa Econômica Federal. Os parlamentares argumentam que isso burocratiza a liberação de recursos para estados e municípios.
Leia mais na Gazeta do Povo
Foto: Luís Macedo/Câmara dos Deputados