A cúpula do Exército deve pressionar o general Eduardo Pazuello a ir para a reserva. Motivo: participação do militar da ativa em ato político. Foi no Rio de Janeiro, neste domingo (23). Ele acompanhou o presidente da República, Jair Bolsonaro.
Além disso, Pazuello, assim como Bolsonaro, desdenharam das medidas restritivas contra a covid (coronavírus). Provocaram, pois, alta aglomeração e não usaram máscara.
Como resultado, o ex-ministro da Saúde deixou o comandante do Exército, Paulo Sérgio Oliveira, em “saia justa”. Se não punir Pazuello, a imagem da força sairá arranhada e seu chefe, desmoralizado. Para uma instituição onde a disciplina é regra-ouro, passar a mão na cabeça daqueles que falham pode incentivar anarquia nos quartéis.
Bolsonaro provocou aglomeração durante um passeio de moto na manhã deste domingo. Além de Pazuello, participou dos discursos em “palanque” o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas.
Freitas, assim como Pazuello, vem sendo cogitado pelos bolsonaristas para concorrer nas eleições de 2022.
No caso de Pazuello, há, contudo, agravante. Ele participou de ato político infringindo regras do Rio contra a epidemia e estando no serviço ativo do Exército.
Portanto, feriu estatuto e regulamento disciplinar do Exército. Por eles, por conseguinte, militar da ativa é proibido de participar de manifestação coletiva de caráter político.
“Se um general faz isso e não é punido, um sargento também pode, um tenente, um capitão também”. É o que avaliam militares ao G1.
Há expectativa, conforme o G1, que o Exército se manifeste hoje (24).
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Contudo, se de um lado o comandante corre o risco se não punir Pazuello, por outro pode criar uma tensão com Bolsonaro. E este pode, inclusive, anular eventual punição ao seu ex-ministro.
Dessa forma, para Pazuello a semana é “decisiva” quanto ao destino militar, conforme publicou o Valor Econômico .
O comando do Exército intensificou o pedido de aposentadoria de Pazuello.
Foto: Reprodução/CNN Brasil