Governador avalia decretar confinamento geral no Amazonas
“Lockdown” pode ser decretado no Amazonas para restringir circulação. Estado tem hoje 90% dos leitos ocupados por pacientes do coronavírus
Aguinaldo Rodrigues, da Redação do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 14/04/2020 às 19:39 | Atualizado em: 14/04/2020 às 19:39
Em entrevista ao maior jornal da Espanha, o El País, no Brasil, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), se disse “bastante preocupado” com o avanço do coronavírus (covid-19). Conforme ele, ações mais duras para restringir a circulação pública das pessoas estão sendo avaliadas. Entre essas, o confinamento total, chamado de “lockdown”.
De acordo com Wilson, o governo está correndo contra o tempo porque 90% dos leitos estão com pacientes da doença. Dessa forma, o estado está buscando aumentar sua capacidade de atendimento.
Enquanto isso, Wilson disse que vai intensificar a ação de convencimento da população pelo isolamento social voluntário.
Com 1.484 casos confirmados e 90 mortes, o Amazonas ocupa hoje o primeiro lugar no ranking nacional de infectados a cada 100 mil habitantes.
Diante do aumento exponencial dos casos, Wilson disse ao El País que não descarta adotar medidas mais duras. Entre elas, o confinamento total, chamado de “lockdown”.
“Estamos avaliando os números e, se a gente continuar numa evolução significativa, não vamos ter outra alternativa [lockdown]”.
Até às 18h desta terça (14), o governador ainda não havia decretado qualquer medida restritiva de circulação.
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Conforme o jornal, há estudos mostrando que o isolamento social no Amazonas já foi de quase 70%. Esse índice é considerado por especialistas como ideal. Porém, hoje o índice do estado é de 50%. Em outras palavras, de cada grupo de 10 pessoas, cinco estão nas ruas, expostos à contaminação.
Wilson afirmou que avalia o lockdown com ministérios públicos, Tribunal de Justiça (TJ-AM) e Tribunal de Contas (TCE-AM).
“Essa decisão não pode ser só do governador, tem de ser compartilhada. Compartilhada com os poderes, com o comércio, com a indústria, com a sociedade civil organizada”.
Na entrevista ao jornal espanhol, Wilson, sem fazer críticas à postura do presidente da República, Jair Bolsonaro, diz que vai seguir as orientações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS).
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Foto: BNC Amazonas