O governador Wilson Lima (PSC) disse nesta segunda, dia 4, que a fase de apagar incêndios na saúde do Amazonas acabou e que a partir deste mês começa a lançar programas para acabar com a crise no setor.
A afirmação foi feita durante inspeção que fez até ontem às principais unidades de saúde para conferir a aplicação pela Secretaria de Saúde (Susam) do plano emergencial nos hospitais e prontos-socorros.
“Nos primeiros dois meses apagamos incêndios. Tivemos crise na saúde, temos essa situação do H1N1, que nós estamos monitorando, junto com o Ministério da Saúde e a prefeitura e com outros órgãos de controle, a partir de alguns problemas que a gente enfrentou no início e que a gente já começa a resolver. Agora, a gente pode começar a vislumbrar outras possibilidades”, disse.
Acompanhado do titular da Susam, o vice-governador Carlos Almeida Filho, Wilson constatou aquilo que é enfrentado diariamente pela população.
Pacientes em macas nos corredores, sofrendo também com o calor, foram os principais problemas encontrados no hospital e pronto-socorro João Lúcio, o maior da zona leste de Manaus.
Na visita ao João Lúcio, o governador identificou a necessidade de melhorar o abastecimento de insumos na unidade. Também determinou a recuperação do sistema de refrigeração da unidade, situação que Wilson Lima ressaltou que vai acompanhar de perto.
“Tínhamos 70 pessoas nos corredores. Hoje, esse número está diminuindo, reduzimos para 25. Nosso objetivo é fazer com que não fique mais ninguém nos corredores e essas pessoas possam ser atendidas e tenham o mínimo de conforto possível. Eu vi algumas pessoas no calor, não dá para aceitar coisas como essa”, afirmou Wilson.
Ele determinou que a Susam resolva isso imediatamente. “Detectei um problema no sistema de ar condicionado, já mandei resolver, e isso é algo que vou acompanhar de perto. Nesta semana ainda a gente resolve esse problema”.
De acordo com a direção da unidade, é preciso trocar pelo menos 20 aparelhos de ar.
No pronto-socorro e hospital Platão Araújo, também na zona leste, Wilson viu que o abastecimento de medicamentos e insumos ainda não é satisfatório. Está na casa dos 70%.
Desde sexta, dia 1º, o governador visitou também os hospitais e prontos-socorros 28 de Agosto (zona centro-sul) e da Criança (leste), a maternidade Ana Braga (leste), e o Instituto da Mulher Dona Lindu (centro-sul).
Todo o sistema de urgência e emergência do estado realizou no final de semana de carnaval cerca de 11 mil atendimentos, segundo a Susam.
Leia mais
Surto de gripe mata 20
Continua o movimento elevado de pacientes com a síndrome gripal aguda, principalmente nos três hospitais infantis da rede estadual.
Até esta segunda-feira, o Amazonas tem confirmados 62 casos da gripe influenza A, do vírus H1N1, e 33 do vírus sincicial, que atinge mais as crianças. No total, são 276 notificados. Os números são da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM).
Os óbitos pelas doenças já chegam a 20, sendo 16 pelo H1N1 e 4 pelo sincicial. Manaus registrou 12 mortes pela influenza e três pelo sincicial. Os demais casos foram registrados em Manacapuru (2), Parintins, Itacoatiara e Borba.
Dado importante dessas mortes: 75% apresentavam fator de risco, com destaque para pessoas com diabetes, pneumopatas, obesas e neuropatas.
O Governo do Amazonas decretou estado de emergência por conta da gripe e deve ter antecipada a vacinação do H1N1 ainda para a segunda quinzena de março.
Foto: Divulgação/Secom