Ex-diretor de hospital de campanha quer Arthur Neto na nova CPI da ALE
Ricardo Nicolau deu a sexta assinatura para criação de nova CPI da saúde que quer aprofundar investigação sobre gestores públicos do Amazonas

Da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 02/07/2021 às 05:00 | Atualizado em: 01/07/2021 às 23:41
Ao apor sua assinatura no pedido de nova CPI da saúde na Assembleia Legislativa (ALE-AM), o deputado Ricardo Nicolau (PSD), ex-diretor de hospital de campanha, revelou um nome que vai querer convocado: do ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto (PSDB).
Além do tucano, Nicolau citou, naturalmente, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC) e mais uns 30 nomes.
Como justificativa, o deputado disse que o ex-prefeito tem muito a explicar sobre as milhares de vítimas fatais da epidemia de covid (coronavírus).
Segundo ele, em respeito às milhares de vítimas da covid no estado, o poder público tem obrigação de dar satisfação ao povo amazonense. “O porquê do total desastre na condução da pandemia que vimos até aqui. Há muitas perguntas que não podem ficar sem resposta”.
Dessa forma, o parlamentar considera fundamental que, criada a nova comissão, o ex-prefeito seja dos primeiros intimados a ser interrogado.
Assim como na primeira edição, de abril a maio de 2020, a CPI quer investigar falhas do poder público no combate à doença. Além disso, uma nova comissão terá responsabilidade de cobrir lacunas deixadas pelo relator da primeira, Fausto Júnior (MDB). Por exemplo, não ter pedido o indiciamento do governador.
Até esta quinta (1º), dos 24 deputados da ALE, seis já haviam assinados a proposta de criação. São eles, além de Nicolau, o presidente da casa, Roberto Cidade (PV), Wilker Barreto (Podemos), Dermilson Chagas (Podemos), Delegado Péricles (PSL) e a deputada Nejmi Aziz (PSD).
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O abandono do hospital de campanha
No primeiro pico da doença, entre abril e junho de 2020, a empresa Samel, da família de Nicolau, montou e equipou em quatro dias um hospital de campanha.
Em parceria com a Prefeitura de Manaus e a empresa Transire, o próprio deputado foi coordenar e gerenciar o hospital que salvou centenas de vidas.
Passada a primeira fase arrasadora da covid em Manaus, o ex-prefeito, porém, optou pelo desmonte do hospital. Não levava em conta, portanto, o alerta de possível recrudescimento da doença, o que viria a acontecer poucos meses depois.
Além disso, Arthur Neto desprezava assim a sugestão dos diretores da Samel para continuar com o hospital. Afinal, estava equipado para atender casos de alta complexidade de saúde. O ex-prefeito até endossou e elogiou o plano que lhe foi apresentado pela empresa.
Segundo Nicolau disse há um ano, o hospital, embora temporário, funcionava totalmente informatizado. E possuía todos os setores de uma unidade de grande porte.
Contudo, o então prefeito foi na contramão e desmontou a estrutura, montada em prédio de escola inacabada naquele momento. Além disso, criou empecilho à Samel na hora de devolver os equipamentos.
Por causa disso, criou uma polêmica com o grupo empresarial. A ponto de o presidente da Samel e irmão do deputado, Luís Alberto Nicolau, chamá-lo publicamente de ladrão. Conforme o empresário, Arthur Neto deixou dívida milionária com a empresa de saúde.
Foto: Divulgação