Neuton Corrêa , da Redação
O presidente da Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM), Josué Neto (PSD), anunciou no fim da tarde desta quarta-feira, dia 22, o acordo que põe fim à greve dos professores do Amazonas, que já dura quase 40 dias.
O que chamou atenção, porém, foi a ausência do governo e de aliados do governador Wilson Lima (PSC) no gabinete da presidência do poder Legislativo, onde ocorreu o anúncio.
Ao lado de Josué Neto estavam apenas a deputada Therezinha Ruiz (PSDB) e os dirigentes dos dois sindicatos da categoria, Asprom e Sinteam, que lideram o movimento grevista.
O “termo de compromisso”, assim chamado por Josué Neto, será votado na manhã desta quinta-feira, dia 23, no plenário da ALE. O projeto de lei do governo recebeu emendas em pontos sobre o reajuste salarial da categoria e outros benefícios, conforme demandas da categoria.
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A volta aos trabalhos dos educadores ainda será discutida pelo comando de greve com a base, mas somente após a decisão de amanhã do parlamento. Conforme ventilado pelos sindicalistas, a Asprom faria na sexta, dia 24, e o Sinteam no sábado as assembleias gerais que bateriam o martelo quanto ao futuro do movimento.
O texto a ser votado mantém o reajuste distante dos 15% inicialmente reivindicados pela greve, aceita os 4,73% contrapropostos pelo governo, acrescenta mudança no tempo para promoções, reduzindo-o de quatro para três anos, reajusta o auxílio-localidade e amplia a concessão do vale-transporte.
Experiência parlamentar
Provocado a falar sobre a falta de protagonismo do governo nas negociações que ocorreram no parlamento há duas semanas, Josué Neto respondeu ressaltando a experiência dos membros da casa.
“A assembleia sempre foi essa caixa de ressonância da sociedade. Então, historicamente, os deputados que aqui chegam são representantes da população, são pessoas acostumadas aos fóruns, às reuniões, a tentar sempre mediar, arbitrar, quando existe algum impasse. A ALE-AM não é melhor nem pior do que ninguém. A gente apenas teve o foco e a paciência de estar aqui nesses dias tratando com os professores”.
O presidente do Legislativo disse ainda que seu sentimento é de que a relação hoje, da ALE com os professores, é muito mais forte do que era no passado.
Já a presidente do Sinteam, Ana Cristina Rodrigues, disse que a procura do movimento paredista pela ALE foi marcada pelo pronunciamento feito pelo governador, ao lado do secretário de Educação (Seduc), Luiz Castro, no dia 13 de maio, sobre as negociações com os grevistas.
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Governo
No governo, embora a assessoria de comunicação tenha distribuído notícia dizendo que os termos do acordo foram alinhados com a ALE-AM, o anúncio de Josué Neto, sem a presença de membros do Executivo, causou mal-estar.
Eles esperavam crédito ao Executivo porque os termos do acordo foram assinados na sede do governo pelo vice-governador Carlos Almeida Filho (PRTB), com anuência dos titulares da Secretaria de Fazenda (Sefaz) e Procuradoria-Geral do Estado (PGE).
Foto: Joel Arthus/Repórter fotográfico/ALE-AM