O Partido Social Democrático (PSD), dos deputados federais do Amazonas Átila Lins e Sidney Leite, reuniu a bancada de 46 parlamentares e tomou uma decisão: por hora, vai manter a candidatura do líder do partido Antônio Brito (BA) a presidente da Câmara dos Deputados.
No entanto, a maioria dos parlamentares decidiu não fechar as portas das negociações com outros candidatos, como o deputado Hugo Mota (Republicanos-PB).
Um dos motivos é que o jovem deputado paraibano já conta com o apoio de 12 partidos, incluindo o aval do atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e do Palácio do Planalto, diga-se, presidente Lula da Silva.
Dessa forma, Mota tem ao seu lado o Republicanos, Podemos, MDB, PL, PP e federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV). Nos últimos dias, o favoritismo dele cresceu com o embarque em sua candidatura de outros quatro partidos: PSB, PDT, PSDB e Cidadania.
Juntas, essas bancadas somam 373 deputados. Com essa margem de votos dá para vencer a corrida eleitoral já no primeiro turno em fevereiro de 2025. O candidato precisa receber ao menos 257 votos.
Caso nenhum dos postulantes alcance essa marca, a decisão vai para o segundo turno. E vence quem obtiver a maioria da votação.
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Diálogo e negociações
Desse modo, a reunião que Brito fez nesta terça-feira (5) com a bancada do PSD foi para marcar posição em torno do seu nome, manter a candidatura.
Tanto assim, para dar mais força ao deputado baiano, os membros do partido o reconduziram à liderança para 2025.
“Fiz a ponderação à bancada que, se nós dialogarmos com o presidente Lira e o candidato de Lira, Hugo Motta, a fim de manter as proporcionalidades que o PSD tem mantido na casa, nós voltaremos à bancada para dialogar se a bancada deseja manter a candidatura ou se há algum tipo de mudança”.
E prosseguiu:
“Neste momento, é manter a nossa candidatura à presidência da Câmara e abrir diálogo para discutir proporcionalidades do PSD e a pauta do nosso partido”, declarou o deputado, que anunciou que será mantido na liderança do partido caso desista ou seja derrotado na disputa à presidência da Câmara”.
Entre os postos e cargos em negociação pelo PSD estão: • 3ª secretaria da mesa diretora, • duas presidências de comissões, • corregedoria da casa, e • presidência da poderosa comissão de orçamento.
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Reclamações
O líder do PSD na Câmara também reclamou da posição do governo Lula e do PT, de quem esperava apoio por causa da presença do partido na base governista.
“Pesou [na abertura do diálogo com o candidato do Republicanos] a posição do PT e do governo em apoiar Hugo Motta. Isso pesou porque é uma bancada do governo, tem tratativas de lealdade com o PT e o governo”, afirmou.
Para o deputado Sidney Leite, essa questão do apoio do governo a Motta tem causado desconforto na bancada. Isso porque, segundo ele, o PSD é um partido que tem votado sempre com o governo, mas foi deixado de lado nessa disputa para a mesa diretora da Câmara dos Deputados.
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Senado
Já no Senado, o PSD do senador Omar Aziz, do Amazonas, anunciou o apoio à candidatura de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) à presidência da casa.
A manifestação foi do líder do partido, Otto Alencar (PSD-BA).
Alcolumbre, que deverá suceder o atual presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a partir de fevereiro de 2025, já recebeu o apoio formal do PL de Bolsonaro, PP, PDT, PSB e PT, além do seu partido.
Assim sendo, Alcolumbre teria 59 votos ou 18 votos a mais que o necessário que é de 41 votos (50% + 1) votos para se eleger no primeiro turno.
Postulantes
No entanto, a bancada do PSD no Senado não é unânime no apoio a Alcolumbre.
A senadora Eliziane Gama (MA), por exemplo, luta para ser candidata à presidência da casa.
Assim como o PL, que já formalizou apoio ao atual presidente da CCJ. O senador bolsonarista Marcos Pontes (SP) chegou a se lançar candidato, mas não teve o aval do ex-presidente Jair Bolsonaro.
De qualquer forma, a futura presidência do Senado está praticamente resolvida, com uma provável vitória, em primeiro turno, de Alcolumbre.
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado