O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, abordaram a preocupante situação da seca que atinge a região amazônica em 2023 durante uma conversa telefônica em 19 de outubro.
A seca afeta várias nações da América do Sul, incluindo o Norte do Brasil. Eles também trataram de questões globais e da América do Sul.
O presidente colombiano propôs uma reunião envolvendo Colômbia, Brasil, Equador e Venezuela para criar um plano conjunto de combate à seca na região, embora a data ainda precise ser definida.
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Além disso, ambos os líderes concordaram com a importância da busca pela paz no Oriente Médio e celebraram o acordo entre o governo venezuelano e a oposição do país relacionado às eleições no próximo ano.
Alerta sobre a seca é feito
Cientistas têm lançado um alerta preocupante sobre as condições climáticas extremamente adversas que estão conduzindo a uma seca intensa na Amazônia.
Essa seca, que já está afetando a região, pode se estender até o final do primeiro semestre de 2024, criando um cenário potencialmente trágico tanto para o meio ambiente quanto para as comunidades locais, com possíveis impactos no clima de outras partes do Brasil.
Gilvan Sampaio, coordenador geral de Ciências da Terra do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe ), aponta que o El Niño tem sido frequentemente apontado como o único culpado pela estiagem, mas neste momento, o aquecimento excepcional do Oceano Atlântico Tropical Norte é o principal responsável pelo severo período de seca no Sudoeste amazônico.
No entanto, a expectativa é que o El Niño intensifique seus efeitos já na primavera, e a combinação desses dois fenômenos climáticos pode desencadear uma seca prolongada e devastadora, possivelmente a pior já registrada.
Sampaio enfatiza que a atual situação apresenta a pior combinação possível, com o Atlântico Tropical Norte mantendo suas condições excepcionalmente quentes. Isso pode resultar na pior seca já vista na Amazônia, com impactos também previstos para o Semi-Árido nordestino em 2024.
Os principais rios do Sul do Amazonas já estão com níveis de água abaixo da média histórica para o período de estiagem, tornando a vida das comunidades ribeirinhas extremamente difícil.
A navegação em rios importantes, como Madeira, Juruá e Purus, tornou-se problemática ou impossível em muitos trechos.
O estado do Amazonas, especialmente afetado, enfrenta a falta de água para consumo humano, com 60% da população rural obtendo água diretamente de fontes naturais não tratadas, como rios e lagos. Apenas 10% da população tem acesso à rede de água encanada.
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Foto: Ronaldo Siqueira/especial para o BNC Amazonas