Lula quer reativar Fundo Amazônia para combater desmatamento
Caso seja eleito, ele quer usar recursos dessa fonte para combater o desmatamento e as queimadas na Amazônia.

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 24/08/2022 às 17:25 | Atualizado em: 28/08/2022 às 11:50
Escalado pelo ex-presidente Lula, o senador licenciado Carlos Fávaro (PSD-MT) terá reunião nesta quinta-feira (25), em Cuiabá, com Mads Lie e Vedis Vik, enviados especiais do governo da Noruega para Clima e Floresta. A reativação do Fundo Amazônia será um dos principais assuntos em pauta.
Caso seja eleito, Lula quer usar recursos dessa fonte para incrementar o combate ao desmatamento e às queimadas na Amazônia.
Conhecido como o homem do agro do candidato petista, o senador Fávaro é integrante da equipe de programa da campanha do ex-presidente.
Em meio ao novo recorde de queimadas na região, revelado na segunda-feira (22) pelo Instituto de Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega, Espen Barth Eide, deu declarações otimista sobre uma possível cooperação.
“Se for como mostram as pesquisas e houver uma mudança [de governo] no Brasil, temos grandes esperanças de que possamos retomar rapidamente uma parceria boa e ativa”, disse o ministro à Reuters.
“O que eles disseram, do lado da oposição, foi muito positivo”, afirmou o ministro. Ele também declarou que a retomada do fundo pode ser rápida. “Em questão de semanas ou meses desde que a oposição faça o que diz que vai fazer”, acrescentou.
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Doações
Criado em 2008, o Fundo Amazônia recebeu R$ 3,4 bilhões de doações de países como a Noruega e Alemanha para desenvolvimento de projetos de desenvolvimento sustentável na região.
O mecanismo financiou projetos, inclusive no Amazonas, destinados à prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, promoção da conservação e do uso sustentável das florestas no Bioma Amazônia, bem como de redução de emissões certificadas de Gases de Efeito Estufa (GEE).
No primeiro ano do governo Bolsonaro, o então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, alegou irregularidades nos projetos e retirou representantes da sociedade do comitê orientador do fundo.
Responsável por 90% das doações, a Noruega discordou das ações do governo Bolsonaro e congelou a liberação dos recursos.
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Lula
A campanha de Lula diz que a devastação promovida por Bolsonaro é diametralmente oposta à visão que o ex-presidente propaga desde 1989: “não é possível discutir nenhum modelo de desenvolvimento sem levar em conta a questão ambiental”.
Destacam ainda que os governos de Lula e do PT colocaram a questão ambiental, principalmente relacionada à proteção da Amazônia, em posição de destaque.
“O Brasil era exemplo na redução do desmatamento – o desmatamento na Amazônia Legal (área que engloba os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e parte do Maranhão) caiu 82% entre 2004 e 2014”, diz.
Foto: Divulgação/Ricardo Stuckert