Maioria dos deputados do Amazonas vota com Lula pela PEC da transição

Aprovada em dois turnos na Câmara, PEC volta ao Senado para conclusão do processo. Veja como votaram os deputados do Amazonas.

PEC da transição - Lula

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 21/12/2022 às 23:59 | Atualizado em: 22/12/2022 às 14:52

A maioria dos deputados federais do Amazonas votou nesta quarta-feira (21), em segundo turno, a favor da PEC da transição do governo Lula (PT).

Dessa forma, fica garantida a expansão do teto de gastos em R$ 145 bilhões no orçamento de 2023 para o pagamento do Bolsa-Família.

Além do benefício de R$ 600 ao Auxílio Brasil, que volta a ser chamado de Bolsa-Família, o recurso garante o pagamento de R$ 150 por famílias com criança de até 6 anos a partir de janeiro.

Mais R$ 23 bilhões da PEC de transição de Lula serão destinados para investimentos, valor atrelado a um eventual excesso de arrecadação.

Na votação de segundo turno no plenário da Câmara, o placar foi de 331 a 163 votos favoráveis à emenda constitucional. Como houve modificações, a proposta volta para o Senado, onde deve ser novamente aprovada nesta semana. E, logo após, promulgada pelo Congresso Nacional.

Como votaram os deputados do Amazonas

Assim como no primeiro turno, foram a favor da PEC os deputados Átila Lins, Marcelo Ramos e Sidney Leite, todos do PSD, Bosco Saraiva (Solidariedade) e José Ricardo (PT).

Os deputados bolsonaristas Capitão Alberto Neto (PL) e Silas Câmara (Republicanos) foram contra. Delegado Pablo (União Brasil), que no primeiro turno votou contra, no segundo não registrou voto.

Vice-líder do governo Bolsonaro, Alberto Neto disse que se tratava de uma PEC da “gastança”, pois sua aprovação prejudicaria a população mais humilde com a volta da inflação.

“Temos que relembrar aos nossos parlamentares e à população que o teto de gastos foi criado devido à irresponsabilidade do governo do PT, devido às pedaladas do governo Dilma. Foi por isso que foi criado o teto de gastos”, afirmou.

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Crítica aos bolsonaristas

Leite criticou os deputados bolsonaristas que estavam se opondo à aprovação da matéria.

“Lamento que haja pessoas que não tenham compromisso com o país, com quem mais precisa, não tenham compromisso com a economia”.

Reeleito neste ano, o deputado do PSD aprofundou a crítica:

“O atual governo estourou em mais de R$ 800 bilhões o teto de gastos. E esses mesmos que se pronunciam hoje aqui não tiveram essa preocupação com a âncora fiscal, a previsibilidade e o cenário econômico”.

Conforme o petista José Ricardo, a PEC garante recursos para a retomada, por exemplo, do programa Minha Casa, Minha Vida, suspenso pelo governo Bolsonaro.

“Garante também recursos para o aumento do salário mínimo, vale-gás, creches, educação. Para garantir o funcionamento dos institutos federais, que sofrem por conta dos cortes que tiveram neste ano e durante todo o governo”, afirmou.

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Aprovação da PEC e força de Lula

A aprovação da PEC da transição, após votações no Senado e na Câmara, demonstrou força e poder de articulação de Lula. Ele dependia disso para também abrir espaço fiscal a fim de recompor o orçamento de diversas áreas.

Além disso, será possível ao governo Lula promover o reajuste do salário mínimo acima da inflação e reativar programas como Minha Casa, Minha Vida, Auxílio-Gás e Farmácia Popular.

Por outro lado, a votação revelou ainda que não era autêntica na campanha a proposta de Bolsonaro favorável aos R$ 600. Afinal, os próprios deputados bolsonaristas votaram em peso contra a matéria.

Mostraram assim, nitidamente, que seguiram orientação do próprio presidente derrotado.

Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados