Em documento de repúdio a Israel, 23 países se uniram ao Brasil pedindo o cessa-fogo imediato em Gaza. Com isso, exige a libertação de todos os reféns que estão com o Hamas desde 7 de outubro.
Trata-se, portanto, de uma declaração conjunta de 24 países que integram a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC).
Dessa forma, o documento assinado ontem (2) amplia o clamor da comunidade internacional também por uma efetiva entrada de ajuda humanitária para reverter uma situação definida como “catastrófica”.
Nesse sentido, o texto é assinado pelos chefes de Estado e de Governo de Antígua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Bolívia, Brasil, Colômbia, Cuba, Chile, Dominica, República Dominicana, Granada, Guiana, Haiti, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, São Cristóvão e Nevis, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Suriname, Trinidad e Tobago e República Bolivariana da Venezuela. Todos estiveram reunidos na última sexta em São Vicente e Granadinas durante a VIII Cúpula da CELAC.
Deploramos o assassinato de civis israelenses e palestinos, incluindo os cerca de 30.000 palestinos mortos desde o início da incursão de Israel em Gaza, e manifestamos profunda preocupação com a situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza e com o sofrimento da população civil palestina ”, indica o primeiro dos seis tópicos listados no documento.
Ao mesmo tempo, a declaração de repúdio cita ainda casos em curso na Corte Internacional de Justiça para determinar se a ocupação continuada do Estado da Palestina por Israel constitui violação do direito internacional e se o ataque de Israel a Gaza constituiria genocídio.
Além disso, os países também enfatizam a exigência de libertação imediata e incondicional de todos os reféns, e reiteram a solução de dois Estados, Israel e Palestina, vivendo lado a lado dentro de fronteiras seguras e reconhecidas.
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Punição coletiva
Dessa maneira, durante seu discurso na Cúpula da CELAC, o presidente Lula da Silva sinalizou perspectivas bem similares ao texto agora endossado pelos 24 países da região.
Por exemplo, Lula argumentou que a “tragédia humanitária em Gaza requer de todos a capacidade de dizer um basta para a punição coletiva que o governo de Israel impõe ao povo palestino”.
Assim, o presidente lembrou episódios recentes em Gaza, de mortes de civis palestinos que estavam na fila para obter comida e ajuda humanitária.
Diante da presença do secretário-geral da ONU, António Guterres no evento da CELAC, Lula enfatizou a necessidade de uma mobilização internacional efetiva e ágil.
A indiferença da comunidade internacional é chocante. Quero aproveitar a presença do secretário-geral da ONU para propor uma moção pelo fim imediato desse genocídio. Peço aos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU que deixem de lados suas diferenças e ponham fim a essa matança. As vidas de milhares de mulheres e crianças inocentes estão em jogo. As vidas dos reféns do Hamas também estão em jogo. Eu quero terminar dizendo para vocês que a nossa dignidade e humanidade estão em jogo. Por isso é preciso parar a carnificina em nome da sobrevivência da humanidade, que precisa de muito humanismo ”, concluiu o presidente brasileiro.
*Com informações do Planalto.
Foto: Ricardo Stuckert/PR