O senador Rodrigo Pacheco foi reconduzindo à presidência do Senado por 49 votos contra 32 de Rogério Marinho.
Em discurso na eleição do Senado, o presidente da Casa citou como valores de sua gestão a defesa da República, do Estado de Direito e da democracia.
“Cumprir os compromissos que fiz desta tribuna e do juramento que fiz ao assumir o mandato de senador. De defender a República, seus fundamentos. De defender o Estado de Direito, de defender a democracia, de defender a federação, que é o papel desta casa. De defender o povo brasileiro”, afirmou Pacheco.
O presidente reeleito do Senado concorreu contra o candidato da oposição, o senador Rogério Marinho (PL-RN).
A eleição no Senado refletiu a polarização política no país. Aliados do presidente Lula estão fechados com Pacheco, enquanto Bolsonaristas se agruparam ao redor de Marinho.
Em seu discurso, Pacheco também criticou a desinformação e o uso de redes sociais para propagação de fake news.
“A responsabilidade que deve ter alguém que senta naquela cadeira, que não pode se render à demagogia, que não pode se render ao populismo, que não pode se escravizar pela desinformação das redes sociais”, disse Pacheco.
Acenos aos apoiadores de Marinho
O atual presidente do Senado e candidato à reeleição afirmou que, se eleito, defenderá as prerrogativas de senadores eleitos e atuará para pacificar o país. Pacheco ainda fez um apelo aos parlamentares de diferentes posições partidárias a “dar as mãos” para que o “Brasil pacifique e que as divergências fiquem no campo sadio da política”.
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Rodrigo Pacheco também acenou a apoiadores de Rogério Marinho durante o discurso. Aliados de Marinho e bolsonaristas têm feito campanha ao senador do Rio Grande do Norte com o discurso de “reequilibrar” as competências dos Três Poderes. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou durante todo o mandato o que ele classificava como um ativismo jurídico do Supremo Tribunal Federal e o número elevados de decisões individuais na Corte.
Pacheco convocou os senadores a “legislar para se colocar limites aos Poderes”.
“Afirmo e devo dizer que, diferentemente do que sustentam de revanchismo, de retaliação, de um possível enquadramento ao Poder Judiciário, que dá a palavra final aos conflitos sociais e jurídicos, nós devemos cumprir o nosso papel verdadeiro – o de solucionar o problema através da nossa capacidade e do nosso dever de legislar”, disse.
Ele elencou como possibilidades a disucssão de propostas que coloquem limites às competências de julgamento do Supremo e em decisões individuais de integrantes da Corte.
“Se há um problema em relação às decisões monocráticas do STF, legislemos quanto a isso. Se há um problema nos pedidos de vista no Supremo Tribunal Federal e tribunais superiores, legislemos quanto a isso. Se há um problema de competência do STF, legislemos quanto a isso”, declarou.
Apoios
Pacheco
O presidente do Senado conseguiu o apoio de seis partidos, que juntos têm 42 senadores. São eles: PSD (15), MDB (10), PT (9), PSB (4), PDT (3) e Rede (1). Entretanto, nem todos os parlamentares seguirão a orientação do partido.
Marinho
O senador teve apoio do próprio partido e mais dois, totalizando 23 senadores.
A disputa no Senado reflete a polarização política no país. De um lado, aliados do presidente Lula estão fechados com Pacheco. Bolsonaristas apoiam Marinho.
Leia mais na matéria de Sara Resende e Vinícius Cassela, TV Globo e g1