Por Iram Alfaia , de Brasília
O senador Plínio Valério (PSDB) subiu à tribuna nesta quarta-feira, dia 8, para repudiar nota distribuída pelo Ministério da Educação (MEC) na qual são defendidos os cortes de 30% nas verbas das universidades federais.
Em discurso, ele ressaltou que o Brasil inteiro “abomina” esses cortes nas universidades, que são unilaterais, como se os problemas, a eficiência e a deficiência das universidades fossem iguais.
“Virou baderna, virou baderna. Daqui a pouco os jovens estão na rua protestando, e com razão, e vamos ter momentos que a gente já viu alguns anos atrás”, discursou, referindo-se aos movimentos dos “Caras-Pintadas” que aconteceu em todo ano de 1992 culminando com o impeachment de Fernando Collor.
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Na nota, o MEC explicou que o critério para o bloqueio no orçamento foi operacional, técnico e isonômico para todas as universidades e institutos, em função da restrição imposta pelo Governo.
“Merece (a nota) todo o nosso repúdio, os ataques aos militares merecem o nosso repúdio, a falta de rumo merece o nosso repúdio, mas essa coisa de não tratar bem os idosos e de maltratar os jovens me incomoda sobremaneira, porque um país que não respeita sua juventude, um país que não trata bem os seus idosos está num caminho totalmente errado”, disse o senador, fazendo críticas também à proposta de reforma da previdência.
Caso os cortes não sejam revertidos, o senador diz que a universidade não poderá pagar água e energia; depois os contratos de prestação de serviços, tipo limpeza e segurança, deixarão de ser cumpridos.
“Em seguida, o restaurante universitário vai ficar sem recursos; programas de assistência a estudantes e por aí afora. Nós estamos num caminho muito tortuoso, navegando por um mar muito agitado”, completou.
Enquanto prejudica os idosos e jovens, o senador diz que a economia se recusa “obstinadamente” a crescer, o desemprego volta a subir, o déficit público previsto para este ano anda nas alturas.
“Existe absoluta necessidade de organizar nossa política econômica, definindo os verdadeiros alvos e dando foco às efetivas prioridades do país”, defendeu.
Apesar de ter feito campanha acenando favorável para a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL), o senador amazonense vem revelando divergências com o Planalto.
Nas questões envolvendo a exploração da Amazônia por capitais estrangeiros, ele se diz afinado com o presidente.
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado