O senador Plínio Valério (PSDB) foi o único da bancada do Amazonas no Senado a votar contra o reajuste de salários dos servidores das áreas de saúde e segurança até dezembro de 2021.
Omar Aziz (PSD) e Eduardo Braga (MDB) se ausentaram na votação polêmica que resultou numa derrota do governo Bolsonaro.
Por 42 votos a 30, os senadores derrubaram, nesta quinta-feira, dia 19, o veto de Bolsonaro ao projeto que possibilitava reajuste salarial para servidores públicos civis e militares diretamente envolvidos no combate à pandemia.
A medida alcança as carreiras como peritos, agentes socioeducativos, profissionais de limpeza urbana, serviços funerários e assistência social, trabalhadores da educação pública e profissionais de saúde.
Agora o veto será avaliado pela Câmara dos Deputados em sessão virtual do Congresso Nacional.
“Eu sou um dos 30 que votaram para manter o veto para o reajuste do funcionalismo nesse momento, embora entenda que a categoria é merecedora pela demonstração de heroísmo durante a pandemia”, disse Plínio Valério ao BNC Amazonas.
Segundo ele, a decisão levou em conta uma questão nacional. “Nós temos que pensar no país por um todo. Se eu votasse pela derrubada do veto estaria prejudicando outras categorias, e a derrubada do veto vai implicar no aumento (no caixa do governo) de R$ 98 bilhões a R$ 132 bilhões”, justificou.
“O caixa do governo não aumenta. Isso pode ser tirado, inclusive, do auxílio emergencial que vai afetar milhões de pessoas, temos que pensar nas questões sociais”, completou.
Oposição
A derrubada do veto foi comemorada por líderes da oposição no Senado. “Esse veto proíbe estados e municípios a concederem aquilo que é um direito do trabalhador, a possibilidade de progredir na carreira, ter aumento e a possibilidade de outras vantagens relacionadas ao histórico de cada servidor”, disse o líder do PT, senador Rogério Carvalho (SE).
Rogério Carvalho explicou que não é uma obrigatoriedade. “É apenas não impedir que estados e municípios possam fazer esse reajuste aos servidores que estão na linha de frente do combate à covid-19 como profissionais de saúde”, disse.
O líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede), comemorou no Twitter: “Derrubamos o item 2 do veto 17 que impedia, até o fim de 2021, o aumento, reajuste ou adequação de remuneração aos profissionais da saúde, educação, segurança, dentre outros. Ou seja: atingia diretamente quem está na linha de frente combatendo a covid-19! Vencemos!”
Foto: Roque de Sá/Agência Senado – 9/3/2020