Porto de Tabatinga será entrada da rota Chancay-Manaus
Bosco Saraiva detalhou a nova rota de interligação logística e comercial entre os países da América Latina, por meio do porto de Chancay, localizado no litoral peruano.

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 16/05/2024 às 14:48 | Atualizado em: 16/05/2024 às 15:47
Um dia depois de se reunir com o embaixador do Peru no Brasil, Rómulo Traverso, com autoridades do governo, do parlamento brasileiro e entidade amazônica, o superintendente da Zona Franca de Manaus (Suframa), Bosco Saraiva, detalhou a nova rota de interligação logística e comercial entre os países da América Latina, por meio do porto de Chancay, localizado no litoral peruano.
E um dos aspectos destacados por Saraiva é a restruturação do porto de Tabatinga (a 1.105 quilômetros de Manaus) no estado do Amazonas.
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De acordo com o superintendente, uma alternativa para facilitar a rota multimodal Chancay-Manaus e a integração com os países do Pacífico americano e asiático, é o alfandegamento pleno do porto de Tabatinga com instalação de barreiras e postos fiscais.
Isso porque essa região é uma porta de entrada natural na hidrovia do rio Amazonas, situada na tríplice fronteira com o Peru e a Colômbia, localização estratégica para o fluxo comercial e transbordo de mercadorias.
“Com o alfandegamento e reestruturação do porto de Tabatinga, a região Amazônica poderá se beneficiar significativamente, rompendo o isolamento das calhas do alto Solimões e dos rios Juruá e Japurá. Além melhorar a logística das mercadorias produzidas na Zona Franca de Manaus”, afirmou Saraiva.
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Ligação rodoviária
Dessa forma, o porto peruano-chinês de Chancay será um ponto estratégico para cargas que viajarão via multimodal até Iquitos, na fronteira com o Brasil.
De Iquitos, as mercadorias seguirão pela rodovia Transoceânica, também conhecida no Brasil como rodovia do Pacífico. Essa estrada integra as BR-364 (Limeira-SP – Rio Branco-AC) e BR-317 (Rio Branco-AC – Cobija-Peru).
Assim, na avaliação da Suframa, dessa confluência e interligação rodoviária, as cargas podem alcançar Porto Velho, em Rondônia, e, posteriormente, Manaus.
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Tempo reduzido
“Atualmente, uma carga vinda da China para Manaus leva até 46 dias para chegar, percorrendo o oceano Pacífico, cruzando o canal do Panamá, navegando pelo oceano Atlântico e entrando no Brasil pela hidrovia do rio Amazonas. A nova rota, via Chancay, promete reduzir significativamente esse tempo entre 15 e 20 dias”, disse o superintendente-executivo-adjunto, Frederico Aguiar.
Além disso, a nova via logística beneficiará as exportações de produtos do agronegócio brasileiro, especialmente os produtores de grãos do Centro-Oeste e Roraima, que poderão escoar suas produções por Manaus.
Outra previsão é do fortalecimento do comércio intrarregional sul-americano, com a facilitação de intercâmbio de mercadorias entre o Brasil, Colômbia, Peru, Equador, Venezuela, Guiana, Bolívia, entre outros.
Custos menores
“O início do funcionamento do porto de Chancay no Peru, abre a possibilidade de uma nova rota que vai baratear muito os custos e as operações de carga e descarga no porto de Manaus e na Amazônia. Ao reduzir o tempo total de trânsito das cargas, vai aumentar a nossa competitividade”, disse Saraiva.
O terminal portuário de Chancay deverá ser inaugurado em novembro com a presença do presidente da China Xi Jinping.
*Com informações da Suframa.
Foto: divulgação