“Posturas autoritárias” remetem país ao retrocesso, diz nova PGJ

Publicado em: 15/10/2018 às 22:27 | Atualizado em: 16/10/2018 às 04:59

Por Neuton Corrêa, da redação

 

Num forte discurso marcado pela defesa dos direitos humanos, a nova procuradora-geral de Justiça do Amazonas, Leda Mara Albuquerque, disse nesta segunda-feira, dia 15, que o país vive uma conjuntura política e econômica que se faz imperiosa a atuação eficaz e permanente do Ministério Público.

“O Ministério Público tem a obrigação de rechaçar posturas autoritárias que remetem nosso país ao retrocesso e comprometem o Estado Democrático de Direito. Não podemos, prescindir da nossa atuação recorrente em defesa do patrimônio público e combate a inflexível à corrupção”, disse ela.

O discurso foi feito durante a solenidade de posse no cargo, na sede do MP-AM, no início da noite de hoje.

Leda disse para um auditório lotado que as atribuições constitucionais do MP nas áreas criminal e de defessa dos direitos humanos são “necessárias em um cenário com elevadas taxas de homicídios, registros recorrentes de violência urbana e rural, violência infrafamiliar, agressões ao meio ambiente, desrespeitos às minorias, além das quase cotidianas ações tendentes ao enfraquecimento e aniquilação dos direitos e garantias fundamentais”.

Feminicídio 

Segunda mulher a chegar ao posto mais importante do Ministério Público Estadual, órgão que, em 82 anos de história, foi dirigido por 35 homens, a nova PGJ disse que uma de suas prioridades no mandato de dois anos será o combate à violência contra a mulher.

“Na esteira de prioridades do Ministério Público, o tenaz e frequente combate a todas as formas de violência contra a mulher, mormente o feminicídio, que tem crescido, expressivamente, nos últimos anos”.

Leda também defendeu formulação e implementação de políticas de gênero, “aliadas à conscientização sobre os efeitos pessoais e sociais da violência contra a mulher”.

Pouco antes da cerimônia de posse, em entrevista à mídia local, ela citou dados do feminicídio no mundo e acrescentou:

“O Brasil, hoje, é o quinto país em feminicídio no mundo e nós não podemos nos conformar com essas estatísticas”.

Leda Mara substituirá, no próximo biênio, o colega Fábio Monteiro, que ficou no cargo por quatro anos, referentes a dois mandatos.

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Foto: Alex Fideles