por Israel Conte
O novo chefe da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), coronel do Exército Alfredo Menezes, recebeu do presidente Jair Bolsonaro (PSL), autonomia para escolher sua equipe de trabalho na autarquia.
“Quando estivemos com o presidente e o ministro da Economia eu disse: ‘presidente, eu preciso de autonomia para escolher minha equipe’. E o presidente falou: ‘olha você vai ter essa autonomia'”, contou Menezes, em sua primeira entrevista aos jornalistas nesta terça-feira, 19, um dia após tomar posse.
Caso essa autonomia seja total, o coronel escolherá, inclusive, os titulares das quatro superintendências adjuntas (operações, planejamento e desenvolvimento regional e administração e projetos), cargos historicamente indicados por políticos.
“Me foi colocado que eu teria autonomia para escolher os componentes da minha equipe. Pode ser que essa autonomia seja restrita. Me foi dada a liberdade com quem eu quisesse trabalhar”, repetiu em outro momento da entrevista, dizendo em seguida, que o seu critério para a escolha dos nomes será estritamente técnico.
Garantia?
O novo chefe da Suframa não demonstrou qualquer preocupação quando questionado sobre o plano do ministro da Economia, Paulo Guedes, de pôr em prática o seu projeto liberal de acabar com os incentivos fiscais na Zona Franca de Manaus.
“Os [cortes] de subsídios que o ministro se refere é [para] com setores que precisam ser reavaliados. Os incentivos que nós temos são previstos na Constituição Federal e são para diminuir as desigualdades regionais. E é nessa direção que a equipe economia está arrumando. Vai haver uma revisão, um outro olhar sobre esses incentivos? Vai. Mas até chegar no nosso, muita gente vai ser olhada primeiro”, declarou.
E lembrou da promessa de campanha de Bolsonaro em relação à ZFM. “É promessa do presidente manter o modelo e criar mecanismos para destravar e melhorar a economia na nossa região”.
Próximos passos
O militar, de 55 anos, quer priorizar em sua gestão, além das autonomias administrativa e financeira, a revisão do P&D, e dos PPBs (Processo Produtivo Básico), que na opinião dele são muito burocráticos e têm prazo demorado.
“No ambiente de completa inovação tecnológica que vivemos, se nós gastarmos nove meses, um ano, para aprovar um produto, quando sai da geladeira, já está ultrapassado”, disse.
Em sua última conversa com o presidente Bolsonaro, no sábado, dia 16, por telefone, Menezes recebeu algumas orientações.
“A Suframa é daqui para frente. O que aconteceu no passado, deixa no passado. […] A Suframa é Amazonas, Roraima, Rondônia, Acre e Amapá […] E, trabalho dia e noite para mantermos o modelo”, destacou o presidente sobre a abrangência do planejamento que Menezes executará.
Foto: BNC