Quando o tempo fechou na sessão da CPI da covid (CPI da pandemia) desta quarta (05), o presidente Omar Aziz (PSD-AM) agiu rápido na defesa das mulheres.
Foi quando os senadores Ciro Nogueira (Progressistas-PI) e Marcos Rogério (DEM-RO) contestaram a presença de senadoras nos trabalhos da CPI.
Além de suspender a sessão diante da cena lamentável provocada pelos dois senadores de apoio ao presidente Bolsonaro, Aziz criticou a atitude dos membros da CPI incomodados com as representantes da bancada feminina .
Nogueira, inclusive, tentou constranger Eliziane Gama (Cidadania-MA). Ela foi a primeira a ter a palavra franqueada pelo presidente da comissão.
Esta, porém, não se incomodou com a atitude deselegante do colega. E o chamou de “descontrolado” e disse para ele que não “admite grito”.
Os governistas, principalmente Nogueira, tentaram alegar que a participação feminina não tinha sido aprovada.
Aziz refutou e disse que a ideia havia sido acatada pelo plenário da CPI no dia anterior. Marcos Rogério, depois, confirmou isso.
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Atitude louvada
Como resultado, Aziz foi bastante elogiado pela atitude em defesa das mulheres do Senado. Por exemplo, pela senadora Simone Tebet (MDB-MS), que abordou o assunto em entrevista à CNN Brasil.
Ela disse que a participação da bancada feminina não era um privilégio. Era prerrogativa do mandato.
“Nós estamos, sim, fazendo uma concessão neste momento. E não é uma concessão porque elas são mulheres. É uma concessão porque elas têm uma representatividade igual à nossa”, disse Aziz aos pares.
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Incômodo confessado
Nogueira e Rogério, de outro lado, foram bastante criticados pela atitude antipática, que ganhou contornos sexistas. Principalmente porque, como líderes de seus partidos (Nogueira, inclusive, é presidente do Progressistas), não indicaram nenhuma senadora à CPI. Nem como titular ou suplente.
Líder de Bolsonaro, o senador rondoniense Rogério, no auge do bate boca, acabou revelando qual era o incômodo com as senadoras:
“O que se busca aqui, parece-me, é engrossar o coro daqueles que querem dar peia no presidente Bolsonaro, com todo o respeito”.
Em conclusão, e tentando pacificar e apagar a má imagem transmitida ao país pelos dois senadores, Aziz pediu desculpas ao depoente na CPI, o ex-ministro da Saúde Nelson Teich.
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado