Iram Alfaia , de Brasília
O senador Plínio Valério (PSDB-AM) voltou a denunciar nesta terça-feira, dia 1º, a produtora Maria Farinha Filmes por ter exibido no Rock in Rio “um filmete” com cenas de um falso incêndio no município de Presidente Figueiredo, a 107 quilômetros de Manaus.
“A intenção da produtora era filmar as cachoeiras e, para isso, teve uma licença da Secretaria do Meio Ambiente. Tudo falso! Tudo falso! Segundo o representante da produtora, o filme destinado à abertura do Rock in Rio tinha o objetivo de chamar a atenção do mundo para as queimadas na região amazônica e lá eles fizeram um fogo com lança-chamas”, discursou o senador da tribuna do Senado .
Em nota enviada ao BNC Amazonas , a produtora esclareceu que o filme de curta-metragem de ficção que acaba de produzir na região amazônica é uma obra independente e autoral e sem relação alguma com o Rock in Rio.
“A produção, um curta de ficção destacando a importância de preservar as florestas, faz parte da estratégia da Maria Farinha de estimular visões positivas de futuro e integra o compromisso que assumimos na construção de um mundo melhor”, diz trecho da nota.
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A Maria Farinha Filmes admitiu que tinha planos de oferecer o curta para a exibição da abertura do festival, mas isso sequer chegou a ser feito. Segundo a empresa isso seria feito por conta do compromisso histórico do Rock in Rio com a Amazônia.
“O curta seguirá sua carreira e será lançado normalmente. Reiteramos, portanto, que o Rock in Rio não mantém nenhum envolvimento com o projeto”.
“Essas imagens falsas foram projetadas e tiveram aplausos no Rock in Rio, que gritava que o mundo era uma grande floresta e estava queimando. Invariavelmente, a plateia usava o coro ‘salve a Amazônia’ para sublinhar seu compromisso com a floresta. E o mais constrangedor de tudo isso foi, ao final, além do incêndio artificial fake, da hipocrisia, foi o lixo deixado por quem quer salvar a floresta amazônica”, disse Valério.
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Confira a íntegra da versão da produtora
“Nos dias 12 e 13 de setembro, a equipe da produtora estava fazendo um curta de ficção, cuja história se passa na Floresta Amazônica. A filmagem aconteceu no município de Presidente Figueiredo. Como parte do roteiro, foi ambientada uma cena com efeitos especiais que simulavam o visual de um incêndio.
A locação escolhida para a cena, com o devido termo de autorização, era uma propriedade particular que já estava sendo preparada para o plantio de mandioca. A área escolhida não sofreu qualquer alteração ambiental por parte da produtora. Para reforçar o compromisso com a total segurança, um dos mais respeitados técnicos de efeitos especiais do Brasil foi contratado, a fim de preparar o local e acompanhar a gravação.
Por conta da fumaça gerada, a partir de fogueiras simuladas, a polícia foi acionada. O delegado esteve no local e verificou a legalidade de tudo o que estava ocorrendo no cenário, assim como representantes da Secretaria Municipal do Meio Ambiente. Depois dos esclarecimentos, as gravações seguiram normalmente.
A Maria Farinha Filmes, primeira produtora da América Latina a receber o certificado B Corp, concedida a empresas comprometidas com os mais altos padrões de impacto social e ambiental, está aberta para prestar quaisquer esclarecimentos acerca do episódio.
E reforça que ao longo de sua trajetória, que inclui mais de 25 filmes, séries e outros formatos que impactaram milhões de pessoas em todo o planeta, sempre se pautou, como princípio, pelo respeito ao meio ambiente”.
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado