Randolfe cobra apuração contra Bolsonaro por postar inquérito sigiloso
O senador Randolfe Rodrigues questiona se a PF investigará o presidente da mesma forma como será investigado o vazamento de documentos da CPI da covid

Aguinaldo Rodrigues
Publicado em: 05/08/2021 às 18:17 | Atualizado em: 05/08/2021 às 18:17
O vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid (coronavírus), senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), questionou, durante a sessão desta quinta-feira (5), se o ministro da Justiça, Anderson Torres, pedirá investigação contra o presidente da República por divulgar um inquérito sigiloso da Polícia Federal com investigações sobre uma suposta fraude em urnas eletrônicas.
O documento compartilhado nas redes de Jair Bolsonaro sobre o ataque ao sistema interno do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não representou risco às eleições, como o mandatário insiste em divulgar. A publicação é do Correio Braziliense.
Randolfe fez a fala, pois senadores acusam o governo de uso político da Polícia Federal para tentar intimidar os membros da CPI, abrindo uma investigação por vazamento de documentos à imprensa.
A decisão da PF se deu após a imprensa noticiar que houve a supressão de trechos em que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello cita o presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF).
As imagens se encerram abruptamente, antes que o militar conclua suas declarações.
Estranheza
Os senadores viram com estranheza o posicionamento da corporação, inclusive se tratando da decisão de investigar vazamentos, mas não de conduzir diligências para avaliar a ausência das imagens.
“Senhor relator Renan Calheiros, ontem, esta Comissão Parlamentar de Inquérito recebeu a notícia, senadora Simone Tebet, de que a Polícia Federal vai instaurar um inquérito contra esta Comissão Parlamentar de Inquérito por eventuais supostos vazamentos de notícias sigilosas. Inquérito contra a Comissão Parlamentar de Inquérito, devem saber as autoridades, o senhor ministro de Justiça, e deve saber também a Direção Geral da Polícia Federal, é inconstitucional e ilegítimo”, afirmou Randolfe durante o depoimento do empresário Airton Antonio Soligo, mais conhecido como Airton Cascavel.
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Foto: Pedro França/Agência Senado