Reforma tributĂ¡ria nasce com trĂªs defeitos, identifica Marcelo

Publicado em: 21/07/2019 Ă s 06:01 | Atualizado em: 19/07/2019 Ă s 21:15
por Israel Conte, da redaĂ§Ă£o
O deputado federal Marcelo Ramos (PL) identificou trĂªs defeitos que precisam ser corrigidos na reforma tributĂ¡ria, que começa a ser discutida pelos parlamentares em BrasĂlia, a partir de agosto.
Os pobres pagarĂ£o mais impostos, o governo federal continuarĂ¡ com a maior arrecadaĂ§Ă£o e as polĂticas de incentivo fiscal desaparecerĂ£o.
As declarações foram dadas durante entrevista ao BNC nesta sexta-feira, dia 19.
Parlamentar de primeiro mandato na CĂ¢mara Federal, Marcelo ganhou destaque nacional ao presidir a comissĂ£o especial da reforma da PrevidĂªncia.
Para o segundo semestre, o desafio Ă© a reforma tributĂ¡ria, que tem na comissĂ£o especial que a analisarĂ¡ na CĂ¢mara, o deputado Sidney Leite (PSD) como vice-presidente, Marcelo e mais cinco integrantes da bancada federal do Amazonas.
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O parlamentar entende que, do jeito que estĂ¡, a reforma tributĂ¡ria impacta nĂ£o apenas a Zona Franca de Manaus (ZFM) mas toda a indĂºstria nacional.
“A PEC 45/2019 proĂbe qualquer polĂtica de incentivo fiscal. Isso Ă© ignorar um paĂs com dimensões continentais e com desigualdades regionais profundas. Almocei com o governador de SĂ£o Paulo, JoĂ£o Doria (PSDB) e disse que essa proposta causarĂ¡ um fluxo migratĂ³rio que nĂ£o serĂ¡ bom nem para SĂ£o Paulo. O sudeste serĂ¡ uma ilha de prosperidade cercado por um mar de misĂ©ria no resto do paĂs”, pontuou Marcelo.
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O segundo problema identificado pelo deputado federal trata da arrecadaĂ§Ă£o. “Enquanto o discurso do governo federal Ă© de menos BrasĂlia e mais Brasil, portanto, diminuir a arrecadaĂ§Ă£o da UniĂ£o e descentralizar os recursos entre estados e municĂpios, essa proposta concentra toda a arrecadaĂ§Ă£o de impostos sobre consumo na UniĂ£o. Cria uma cĂ¢mara de compensaĂ§Ă£o para distribuir entre estados e municĂpios, mas quem arrecada Ă© a UniĂ£o porque ela unifica o ICMS, que Ă© estadual, e o ISS, que Ă© municipal”, explicou.
E por fim, Marcelo Ramos, identificou que um dos grandes problemas no paĂs, a regressividade, em que os pobres pagam mais impostos, nĂ£o Ă© resolvido.
“O Brasil cobra pouco imposto sobre renda e propriedade, e cobra muito imposto sobre o consumo. A proposta nĂ£o enfrenta isso, ela sĂ³ unifica imposto, inclusive acrescenta o imposto sobre o consumo, o que vai causar uma regressividade ainda maior, uma injustiça tributĂ¡ria, com os pobres pagando mais impostos”,
Confira na Ăntegra, a entrevista em que Marcelo trata ainda de eleições 2020, governo Wilson Lima e o projeto Amazonas 2050.
Foto: BNC