O senador Plínio Valério (PSDB-AM) falou, nesta segunda-feira (6), sobre sua expectativa de instalação da CPI das ong da Amazônia no início de 2022.
Com denúncias sobre o trabalho de algumas organizações e acusações de ‘picaretagem’, Valério alega que é necessário investigar para onde vai o dinheiro recebido do Fundo Amazônia e de outros países.
Em entrevista para o Jornal da Manhã da Jovem Pan, ele destacou que só falta um último passo para a instalação da comissão parlamentar de inquérito e que vem conversando com o presidente do Senado para articular a ação.
“A intenção [da CPI] é separar o joio do trigo. Tem ong boas, que merecem os aplausos e nossa compreensão, mas tem muito picareta enfiado nas matas da Amazônia”, enfatizou o senador.
De acordo com o congressista, resta “saber o que as ong estão fazendo de verdade, porque essa gente angaria muito recurso em nome da Amazônia e esse dinheiro não chega na conta. Essas pessoas acabam exercendo um policiamento na gente, que não pode fazer nada e eles também não fazem nada, a não ser ficar com o dinheiro”.
Entretanto, o senador pondera: “Não estou falando de todas, estou falando da maioria. O que fizeram com o dinheiro do Fundo Amazônia? O que fizeram com o dinheiro que recebem da Noruega, da Alemanha e do Canadá? Na ponta não chega e a gente vai mostrar”.
Questionado sobre outros problemas existentes na Amazônia, como desmatamento, grilagem, garimpo ilegal, entre outros, o senador afirmou que essas questões também devem ser seriamente investigadas e que a apuração sobre o trabalho das ong não anularia esse trabalho.
Reserva de nióbio
“Uma coisa não anula a outra”, continua o senador Valério ao se referir ao trabalho da polícia e do Congresso Nacional.
“Uma questão é do braço do policiamento, da Polícia Federal, do Exército, que deve investigar. E o nosso [trabalho dos senadores] é investigar para denunciar. No Alto Rio Negro, onde existe a maior reserva de nióbio do mundo, o brasileiro não entra, porque, até outro dia, era uma organização não governamental que tomava conta e fazia o trabalho da Funai”.
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Para o senador amazonense, “essa questão do garimpo, por exemplo, é um garimpo familiar que existe há muito tempo. Qual foi o erro deles? Permitir que balsas viessem de fora. A gente tem que coibir, esse é um trabalho do legislativo. Eu não posso chegar no garimpo de arma em punho, [polícia] federal pode. Eu posso investigar, chamar esse pessoal para saber o que eles estão fazendo enfiado na mata”, disse Valério.
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Foto: JDB/reprodução