Senadora chama ‘orçamento secreto’ de Bolsonaro de ‘mensalão 2.2’
Simone Tebet disse que as emendas de relator compraram a eleição para presidência do Senado

Ferreira Gabriel
Publicado em: 08/07/2022 às 16:36 | Atualizado em: 08/07/2022 às 16:36
A pré-candidata do MDB à Presidência e senadora, Simone Tebet (MS), afirmou que perdeu a eleição para presidir o Senado por culpa do orçamento secreto.
No início de 2021, ela competiu pelo cargo contra o atual chefe da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Ontem, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) revelou ao Estadão que recebeu R$ 50 milhões em emendas após ter apoiado a eleição de Pacheco.
“A declaração comprova o que já sabíamos, só não podíamos provar. O orçamento secreto comprou a eleição para a presidência do Senado. Perdi a eleição para o orçamento secreto. Eis a versão 2.2 do mensalão”, falou Tebet ao Estadão hoje, fazendo referência ao escândalo de compras de voto durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O orçamento secreto é um termo para as emendas de relator (RP-9), que ganhou esse apelido devido à falta de transparência na aplicação de seus recursos.
Não há um mecanismo claro de acompanhamento de quem é o padrinho das indicações para as emendas de relator nem onde o dinheiro foi aplicado ou o objetivo da ação, ao contrário dos outros tipos de emendas.
Segundo do Val, ele foi informado de que receberia a bolada em “gratidão” após ter votado em Pacheco.
O senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), ex-presidente do Senado e um dos coordenadores da campanha de Pacheco, é quem teria comunicado a do Val que ele receberia os R$ 50 milhões.
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Foto: Pedro França/ Agência Senado