O deputado federal Silas Câmara (PRB) fez um post, nas redes sociais, neste sábado, mostrando como foi o seu posicionamento, na Câmara dos Deputados, em relação à polêmica exposição “Queermuseu – cartografias da diferença na arte brasileira”.
A mostra foi censurada no Santander Cultural, em Porto Alegre, no mês passado, após protestos que entendiam que as obras expostas “desrespeitavam símbolos, crenças e pessoas”, o que não estaria alinhado com sua “visão de mundo”.
Leia mais:
Da bancada evangélica, com um mês do ocorrido, o parlamentar publicou em sua página no Facebook o que disse, no parlamento, há quase duas semanas, por meio de um vídeo.
O discurso ataca seus colegas de parlamento que defenderam a arte e as obras censuradas e classifica a exposição de “arte do mal” e diz que “indecência travestida de arte é pedofilia autêntica”.
Assista e leia o discurso:
Sr. Presidente, nobres Deputados e Deputadas, povo brasileiro que nos acompanha através das mídias sociais, servidores da Câmara dos Deputados, eu venho observando, desde a semana passada, a grande quantidade de Deputados e Deputados que usam a tribuna e a oportunidade de fazer algum registro nesta Casa para defender o que aconteceu em um museu de Porto Alegre.
Aquela imoralidade, aquela indecência travestida de arte é pedofilia autêntica e, mais do que isso, é uma afronta à família e ao povo decente do Brasil.
Como disse, eu tenho observado os Parlamentares, e não me lembro de ter visto nenhum dos senhores e das senhoras que defenderam e estão defendendo aquela exposição imoral como sendo supostamente arte ter dito que lá esteve com os filhos ou os netos pequenos, dando a eles acesso àquela imagem indecente ou os estimulando a brincar de imoralidade explícita.
Apesar disso, vêm à tribuna dizer que quem defende a moralidade, quem defende a família está envolvido ou defende o que de errado há no País.
A verdade é, Sr. Presidente, que o que há de errado neste País é que a Justiça, a polícia, os conselhos tutelares, as pessoas de bem precisam se indignar com o que está acontecendo.
A Fundação Santander, inclusive com uso de dinheiro público, fez uma exposição imoral, o que, no Rio de Janeiro, já foi corrigido por S.Exa. o Prefeito Municipal Marcelo Crivella, que proibiu que aquela indecência fosse exposta na cidade.
E não bastasse isso, agora vêm essas imagens que chocaram a Nação brasileira do bem, que chocaram o povo cristão, independentemente de religião.
Vê-se que passa de todos os limites a exposição daquilo que antigamente se tinha inibição e certo receio de mostrar. Agora se demonstra de forma explícita, com a defesa de muitos dos Srs. e das Sras. Parlamentares nesta Casa.
Sr. Presidente, trago aqui o repúdio do PRB, a resistência do partido a essa situação, em defesa dos princípios cristãos da família e do povo decente do Brasil, que não concorda que isso possa ser intitulado – entre aspas – “arte”. Aquilo é, de fato, arte do mal, ao se declarar e ao se expor de forma tão afrontosa à família brasileira.
Por isso, aqui fica o nosso repúdio, o nosso total desacordo com essas iniciativas que não trazem bem algum à população e tampouco à Nação.
Esta Nação, que sofre tanto, que geme, em um momento difícil de sua história, agora, além de ter que conviver com tudo aquilo que acontece na economia, na decência, na moralidade, na política, também tem que conviver com imagens que chocam o Brasil e, por que não dizer, até o mundo cristão, que vê que o Brasil, um país de famílias, um país de povo bom, tem que conviver com uma exposição e com imagens como essas, nas mídias sociais, em espaços públicos, e pagos – pasmem os senhores! – com dinheiro público. Esse dinheiro poderia estar sendo aplicado na saúde, na educação e na prosperidade desta Nação.
Sr. Presidente, peço que o meu discurso seja divulgado nos meios de comunicação desta Casa e no programa A Voz do Brasil.
Era o que eu tinha a dizer.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) – Obrigado, Deputado.
Foto: