A governadora de Roraima, Suely Campos (PP), candidata à reeleição, assinou nesta quinta, dia 20, em território venezuelano, um acordo com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, para ajudar o governo do país a repatriar imigrantes. O acordo foi negociado em encontro na capital Caracas e deve ser colocado em prática a partir da próxima semana.
Para repatriar imigrantes, o Governo de Roraima disponibilizará ônibus para levar os venezuelanos até a cidade de Pacaraima, na fronteira, a principal porta de entrada para a capital Boa Vista. A partir de lá, Maduro se responsabiliza com o programa Vuelta a La Pátria (Volta à Pátria).
“Depois da fronteira, [as providências] ficarão com o governo da Venezuela. Na semana que vem já vamos implementar a primeira saída deles”, disse Suely em nota oficial.
De início, serão cem venezuelanos repatriados, com acompanhamento do consulado em Roraima.
Após o encontro, Maduro escreveu em seu Twitter:
“He tenido una productiva reunión con la gobernadora del estado de Roraima de la República Federativa de Brasil, @SuelyCamposRR. Alcanzamos importantes acuerdos para ampliar la cooperación en materia energética, productiva, comercial y el apoyo al Plan #VueltaALaPatria” (Eu tive uma reunião produtiva com a governadora do estado de Roraima da República Federativa do Brasil, @SuelyCamposRR. Chegamos a importantes acordos para ampliar a cooperação em energia, produção, comércio e apoio ao Plano #VueltaALaPatria ).
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No início do mês, um grupo de cem imigrantes já havia deixado Boa Vista e voltado à Venezuela em ônibus fretados por Maduro, depois de episódios de violência entre brasileiros e imigrantes venezuelanos em Pacaraima.
Vinte e cinco indígenas da etnia warao também retornaram a seu país com o apoio do governo venezuelano.
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Pacto pelo fim dos apagões
Outro ponto acertado entre os governantes foi que a Venezuela fará manutenção no linhão de Guri, que fornece energia da Venezuela para Roraima, que hoje convive com vários apagões durante o dia.
Suely disse que Maduro garantiu que vai iniciar imediatamente a manutenção na rede elétrica, assim como melhorar a qualidade da energia.
O governo federal deve US$ 33 milhões de contrato que vigora desde 2001 entre a brasileira Eletronorte e a venezuelana Corpoelec. O governo Temer alega que o pagamento não é feito em razão das sanções econômicas dos Estados Unidos contra a Venezuela, que impedem depósitos em dólar.
Leia a cobertura completa da viagem de Suely ao encontro com Maduro em O Globo .
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Foto: Reprodução/Twitter de Nicolás Maduro