TSE cassa Dallagnol e manda tirar o mandato imediatamenteÂ
Presidente do TSE determinou que a decisĂ£o seja cumprida antes mesmo da publicaĂ§Ă£o do acĂ³rdĂ£o

Publicado em: 16/05/2023 Ă s 20:05 | Atualizado em: 16/05/2023 Ă s 20:26
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acaba de cassar, por unanimidade, o mandato do deputado federal Deltan Dellagnol (Podemos-PR).
Ele era acusado de disputar as eleições irregularmente. Isso porque ele se candisatou ao cargo mesmo respondendo a sindicĂ¢ncias, reclamações disciplinares e pedidos de providĂªncias no CNMP – Conselho Nacional do MinistĂ©rio PĂºblico.
A aĂ§Ă£o foi apresentada pela FederaĂ§Ă£o Brasil Esperança, formada pelos partidos PT, PCdoB e PV, e pelo PMN – Partido da MobilizaĂ§Ă£o Nacional.
No julgamento, os ministros decidiram que ele deve perder o mandato imediatamente. “Antes da pĂºblicaĂ§Ă£o do acĂ³rdĂ£o”, ressaltou o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE.
O caso
Nas eleições passadas, Deltan foi o deputado mais votado do ParanĂ¡, com 344 mil votos. Mas, na aĂ§Ă£o, partidos polĂticos questionam a sua elegibilidade. Um dos argumentos utilizados Ă© de que ele deixou a carreira de procurador com processos administrativos pendentes no CNMP, o que afrontaria a lei da ficha limpa.
Assim tambĂ©m os ministros do TSE entenderam, concordando com a denĂºncia.
O site Consultor JurĂdico considerou que a candidatura a deputado federal do ex-lava jato fraudava a lei.
“Ciente de que os 15 procedimentos administrativos dos quais era alvo no Conselho Nacional do MinistĂ©rio PĂºblico poderiam render processo administrativo disciplinar (PAD) e tornĂ¡-lo inelegĂvel, Deltan Dallagnol antecipou sua exoneraĂ§Ă£o do cargo de procurador da RepĂºblica e, assim, fraudou a lei”, diz a publicaĂ§Ă£o especializada.
Lava jato
Deltan Martinazzo Dallagnol ficou conhecido no paĂs por sua atuaĂ§Ă£o na Lava Jato, em Curitiba. Mas sua atuaĂ§Ă£o foi contestada apĂ³s vazamento de documentos que revelavam que, como procurador da RepĂºblica, ele atuava em dobradinha com o ex-juiz e hoje senador SĂ©rgio Moro.
Foto: Carta Capital