Neuton Corrêa , da redação
A primeira viagem oficial que o governador Wilson Lima (PSC) fará amanhã a Brasília vai ser desafiadora para ele.
Será a oportunidade, de uma só vez, para defender a segurança jurídica da Zona Franca de Manaus, a economia regional, os 85 mil empregos diretos do polo industrial da Zona Franca, a preservação desta parte da Amazônia e a soberania regional.
Garantindo isso, assegurará também que o modelo regional mais exitoso do país, com 52 anos de existência, se fortaleça em sua gestão, que começa com grande expectativa por haver rompido com a antiga escola política que dominou o estado nos últimos 40 anos.
Wilson, acompanhado sua equipe econômica, vai se reunir nesta terça-feira, dia 15, às 16h, com o ministro da Economia, Paulo Guedes, que não hesita em mostrar sua sanha contra o protecionismo industrial praticado pelos governos passados.
Mas é justamente essa política fiscal que tornou a Zona Franca de Manaus, no coração da maior floresta tropical do planeta, o principal esteio econômico do Amazonas e região.
O encontro Wilson Lima e Paulo Guedes se dará em clima tenso, porque ocorrerá sem a mediação do presidente Jair Bolsonaro (PSL), que há poucos dias classificou seu auxiliar como um grande conhecer técnico, enquanto para si, chamou as responsabilidades políticas do governo.
A tensão se explica porque no finzinho do governo Michel Temer (MDB) Guedes teria orientado o antecessor de Bolsonaro a vetar a lei aprovada pelo Congresso de conceder incentivos no imposto de renda das empresas do Norte e Nordeste financiadas pela Sudam e Sudene.
Temer lavou as mãos sobre o assunto e jugou a batata quente para Bolsonaro.
O desfecho dessa história acabou virando assunto da mídia nacional, porque, ato contínuo à sanção da lei, saiu a informação de que o governo iria compensar a renúncia com reajuste no IOF , fato imediatamente desmentido pelo Planalto.
São esses os ingredientes que antecipam o encontro do governador do Amazonas com o guru econômico do governo.
Foto: BNC AMAZONAS