No dia em que a Zona Franca de Manaus (ZFM) completou 53 anos, o prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB) fez críticas e elogios. Ele é reconhecido como dos maiores defensores do modelo econômico da região Norte.
A primeira das críticas ao governo federal, por meio da Superintendência da ZFM (Suframa), é por desconhecer a região amazônica.
Em segundo lugar, Arthur Neto lamentou que o governo não buscou novas matrizes econômicas para a Amazônia.
“Todos, sem exceção, que governaram a ZFM ao longo desses 53 anos, se portaram como os velhos coronéis da borracha e não foram capazes de aproveitar esse tempo político e econômico que o modelo nos garantiu para criar novas matrizes que compensassem os momentos de baixa”, afirmou.
IPI dos concentrados
Por exemplo da ignorância do governo sobre o modelo, o prefeito citou a alíquota do IPI do concentrados para bebidas.
De acordo com o prefeito, o Imposto sobre Produtos Industrializados em 8% por apenas seis meses põe em risco o emprego de 10 mil pessoas.
“Perder o polo de concentrados é muito grave. Isso prova o desconhecimento do governo federal sobre o assunto”.
Portanto, avaliou Arthur Neto, essa medida vai pesar bastante ao Amazonas. Sobretudo no interior do estado, “pela inércia econômica de muitos municípios”.
Para o prefeito, isso está assim como resultado de um jogo de vaidades de quem quer ser o “salvador da pátria”.
Dessa maneira, ele prega entendimento e união pela sobrevivência da zona franca do Amazonas. Só a prorrogação do modelo até 2073 não é, para ele, garantia de que o modelo se sustentará.
O que vê de positivo
O prefeito elogiou o modelo de desenvolvimento sustentável e reafirmou suas críticas ao governo federal pelo desconhecimento da região amazônica.
Arthur destacou, entre tantos resultados positivos, o fato de a floresta, localizada no território amazonense, manter seus 96% de área preservada.
Para o prefeito, há muito o que exaltar quando se faz um resumo de mais de cinco décadas de existência da Suframa.
“Quando eu avalio esses 53 anos de Zona Franca de Manaus, vejo um saldo muito positivo, por saber que o modelo sustentou cada um de nós e todos aqueles que vivem no Amazonas, e ainda deu muito emprego país afora”, ressaltpu.
“Além disso, trouxe desenvolvimento, sustentou as prefeituras do interior, garantiu as fronteiras, como queria o presidente Castelo Branco, trouxe crescimento econômico, como previu o economista Roberto Campos, e nos garante o ambiente saudável de todas as ‘amazônias’, que é a nossa Amazônia amazonense, com 96% da cobertura florestal intacta”, destaca Virgílio.
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“Parabenizo a Suframa, deixando a mensagem de que precisamos exigir as mudanças fundamentais, com investimentos em portos, em ciência e tecnologia, centros de pesquisa, na inovação e no capital intelectual”, avalia
“Na mão de obra especializada e na infraestrutura de estradas, para quebrarmos o isolamento do Amazonas e, ao mesmo tempo, não deixarmos o Estado condenado a viver de polos que, em grande parte, deixarão de existir a médio prazo. Precisamos da floresta em pé, sem investimentos em ações predatórias, pois a Amazônia precisa ser amada e respeitada por todos e preservada pelo modelo Zona Franca de Manaus”, finaliza.
Foto: Alex Pazuello/ Semcom