PF divide com CPI da covid depoimento secreto do caso Covaxin

Já está nas mãos dos senadores da CPI da covid uma cópia do depoimento à Polícia Federal (PF) da diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades.

A pedido da comissão, a PF enviou nesta sexta-feira (23) uma cópia da oitiva da diretora no inquérito que apura supostas irregularidades na compra da Covaxin pelo governo federal.

Emanuela foi ouvida pela Polícia Federal em 11 de julho, dois dias antes do início do depoimento à CPI da covid, que acabou se estendendo até 14 de julho.

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Por ora, a cópia do depoimento só pode ser acessada pelos senadores. A PF pediu que o documento ficasse restrito, por conter informações cobertas por sigilo legal.

A Precisa foi a empresa responsável por mediar o contrato do Ministério da Saúde com a Bharat Biotech para a compra da Covaxin. Nesta sexta, porém, o laboratório indiano anunciou rompimento do acordo.

Depoente cansada

O presidente da CPI da covid (coronavírus), Omar Aziz (PSD-AM), decidiu adiar para amanhã, às 9h, o depoimento com a diretora da Precisa Medicamentos Emanuela Medrades, após ela alegar estar “exausta” para responder aos questionamentos dos senadores. A publicação é do O Antagonista. 

A depoente disse aos parlamentares que poderia colaborar com as investigações, mas que não tinha condições de falar hoje e pediu para adiar seu depoimento.  

Além dela, a CPI também pretende ouvir amanhã o proprietário da empresa, Francisco Maximiano —que foi beneficiado com um habeas corpus do STF e poderá ficar calado amanhã.  

Emanuela Medrades obteve uma liminar no Supremo para não falar à CPI. Em sua decisão, o presidente do STF, Luiz Fux, permitiu que depoente ficasse em silêncio, não fosse obrigada a falar a verdade ou a produzir prova contra si. Fux, porém, foi claro ao obrigá-la a comparecer à sessão de hoje, como de fato ocorreu.  

A diretora, entretanto, aproveitou o habeas corpus para ficar em silêncio no início de seu depoimento, ainda pela manhã. Isso irritou os integrantes da CPI. Aziz decidiu, então, suspender os trabalhos até obter uma nova manifestação do STF sobre o assunto.

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Foto: reprodução