Por Marcellus Campelo*
A convite do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), participei, representando o Governo do Amazonas, da Semana do Conhecimento, evento promovido pelo órgão no período de 26 a 28 de setembro, em Washington DC, nos Estados Unidos.
O evento reuniu especialistas em saneamento básico e executores dos principais programas e projetos desenvolvidos nesse segmento, em parceria com o BID. Foram apresentadas experiências exitosas e inovações nas áreas de saneamento, água e gestão de resíduos, na América Latina e em países europeus. Do Brasil, participaram apenas o Amazonas, Paraná e Santa Catarina.
Foram dias muito proveitosos para troca de conhecimentos e para abertura de novas frentes de projetos que podemos trazer para o Amazonas. De nossa parte, levamos na bagagem o passaporte que nos credenciou a participar do evento: o trabalho que vem sendo desenvolvido com êxito no Programa Social e Ambiental de Manaus e Interior (Prosamin+), que conta com financiamento do BID. Além disso, o Programa de Saneamento Integrado (Prosai), concluído em Maués e que inicia em Parintins.
Ambos – Prosamin e Prosai – são programas desenvolvidos pelo Governo do Amazonas, sob a coordenação da Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE), órgão vinculado à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano (Sedurb).
Trouxemos de volta dessa viagem, ideias que podem ser perfeitamente adaptadas para a nossa realidade e, também, tratativas para o fortalecimento das ações de cooperação técnica com o banco. Dentre elas, a possibilidade de ampliação de projetos na área de saneamento, além da implantação de programa de gestão de resíduos, em apoio às Prefeituras na erradicação dos lixões, no interior do estado.
Cases de sucesso apresentados durante o evento nos inspiram para trabalhos futuros e nos mostram, ao mesmo tempo, que estamos no caminho certo para vencer os desafios que se apresentam às grandes cidades.
Um exemplo nesse sentido é a universalização do saneamento básico e o tratamento de esgoto em áreas de populações vulneráveis, a partir de novos modelos que vêm sendo adotados em Medelin, na Colômbia, e na Bahia de Montevidéu, no Uruguai.
Outro tema importante destacado no evento é a gestão de perdas, a eliminação de desperdícios, em especial nos sistemas de água das grandes cidades. Experiências importantes estão em andamento no Uruguai, Jamaica, Argentina e Chile, com resultados surpreendentes, que apontam para uma redução de até 70% das perdas.
A gente percebe, também, que há um movimento forte e importante no sentido de melhorar o tratamento dos cursos de água no planeta. São exemplos os projetos que vêm sendo executados no Rio Sena, em Paris, e no Tâmisa, na Inglaterra.
No Amazonas, também estamos inseridos nessa agenda, com o Prosamin, hoje uma referência nacional e internacional, e com os passos que vêm sendo dados através do Prosai, no interior. E não somente no tratamento dos igarapés, mas na implantação de saneamento básico.
Em Manaus, o Prosamin já é responsável pela implantação de 180 quilômetros de rede de coleta e tratamento de esgoto. Com o novo Prosamin+ serão mais 60 quilômetros, até 2017.
No interior, o Prosai Maués permitiu a construção de 18 quilômetros de rede de coleta de esgoto e recuperou outros 13 quilômetros de redes já existentes. Já o Prosai Parintins pretende implantar 31 quilômetros na Ilha Tupinambarana.
Ainda há um percurso grande pela frente, mas o caminho está sendo bem pavimentado, seguindo a orientação que tem sido dada pelo governador Wilson Lima: preparar o estado para o futuro, fazer obras que transformam a vida das pessoas e que promovam o desenvolvimento do estado.
*O autor é engenheiro civil, especialista em saneamento básico; exerce, atualmente, o cargo de secretário de Estado de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano do Amazonas.
