Com apoio de Bolsonaro, ExĂ©rcito quer deixar de fiscalizar importaĂ§Ă£o de armas

A iniciativa ocorre em meio ao afrouxamento das restrições de acesso a armas de fogo por civis promovido pelo governo Bolsonaro

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Publicado em: 01/09/2022 Ă s 11:09 | Atualizado em: 01/09/2022 Ă s 11:09

O ExĂ©rcito elaborou uma portaria para deixar definitivamente a fiscalizaĂ§Ă£o da importaĂ§Ă£o de armas de fogo, munições e coletes Ă  prova de balas.

A iniciativa ocorre em meio à corrida armamentista desencadeada pelo afrouxamento das restrições de acesso a armas de fogo por civis promovido pelo governo Jair Bolsonaro (PL) desde que chegou ao poder.

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o projeto prevĂª que a fiscalizaĂ§Ă£o do ExĂ©rcito seja substituĂ­da por um documento internacional atestando a segurança e qualidade do armamento importado.

Com isso, os importadores nĂ£o seriam submetidos ao processo de certificaĂ§Ă£o nacional, que permanece obrigatĂ³rio para a indĂºstria armamentista nacional.  

“Em 2020, o ExĂ©rcito admitiu excepcionalmente suspender a fiscalizaĂ§Ă£o por dois anos alegando falta de estrutura. O prazo termina agora, em setembro, quando todos os importadores estariam obrigados a se submeter novamente Ă  certificaĂ§Ă£o nacional. Documentos internos revelam, contudo, que os militares querem tornar permanente a decisĂ£o que atĂ© agora Ă© provisĂ³ria”, ressalta a reportagem.

A nova medida de flexibilizaĂ§Ă£o Ă© apoiada pelo Movimento Proarmas, que representa os interesses do grupo dos CACs (caçadores, atiradores esportivos e atiradores), uma das bases de apoio do bolsonarismo. Atualmente, o arsenal nas mĂ£os dos CACs ultrapassa o nĂºmero de um milhĂ£o de armas de fogo.  

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