Autônomos são 30% e suspeita é de transportadoras puxando greve

Diesel

Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 25/05/2018 às 07:37 | Atualizado em: 25/05/2018 às 07:37

Em entrevista a Folha, na noite desta quinta, dia 24, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse que a área de inteligência do governo identificou indícios de participação do setor empresarial nas paralisações do transporte de carga, misturado aos caminhoneiros autônomos.

Jungmann disse que se isso for comprovado, a Polícia Federal vai entrar em ação. A rapidez com que a paralisação se alastrou pelo país despertou suspeita de que as transportadoras, que também sofrem com a alta do preço do diesel, participam da mobilização, o que é proibido por lei.

Seria o chamado locaute, espécie de greve coordenada por empresários. A legislação brasileira só garante o direito à greve aos trabalhadores, autônomos ou não.

Da frota regularizada de 1,76 milhão de veículos de carga que circulam no país, o caminhoneiro autônomo responde por pouco mais de um terço (37% do total), conforme dados da ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre).

Transportadoras privadas e cooperativas respondem por 62% do setor. A maioria das transportadoras são pequenas e médias empresas. Possuem cerca de sete caminhões. Mas, existem também grandes companhias no setor, com mais de 1.500 veículos.

A Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros), que vinha liderando a paralisação, deixou a mesa de negociação e não assinou o acordo. O governo vai monitorar em particular se a desmobilização será tão ágil quanto foi a organização.

Procuradas pela Folha, transportadoras privadas contaram que pararam de enviar os veículos para a estrada. Mas negam que tenham aderido à mobilização. Dizem que se preocupam com a segurança.

O jornal ouviu especialistas sobre essa situação. Confira o que dizem.

 

Foto: Reprodução/TV