“Bispos usam dados distorcidos da Amazônia”, diz general Villas Bôas

Mariane Veiga
Publicado em: 03/09/2019 às 12:23 | Atualizado em: 03/09/2019 às 12:23
Ex-comandante do Exército, ex-comandante Militar da Amazônia (CMA) e atual assessor do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o general Eduardo Villas Bôas, disse que, ao “escapar” para questões ambientais, o Sínodo da Amazônia adquiriu “viés político”.
Villas Bôas admitiu que o governo tem “preocupação” com os temas do sínodo (reunião eclesiástica), a ser realizado no mês que vem, em Roma, mas tentou amenizar o tom de confronto com a igreja católica.
“Eles não são inimigos, mas estão pautados por uma série de dados distorcidos, que não correspondem à realidade do que acontece na Amazônia”, afirmou o general, em uma referência à carta escrita por bispos, que na semana passada se queixaram de serem tratados como “inimigos da Pátria”.
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“Estamos preocupados, sim, com o que pode sair de lá, no relatório final, com as suas deliberações. E, depois, como tudo isso vai chegar à opinião pública internacional porque, certamente, vai ser explorado pelos ambientalistas. Agora, que fique claro: não vamos admitir interferência em questões internas do nosso país. Lá, nas discussões, as coisas se misturam e o sínodo escapou para questões ambientais e também tem o viés político”, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo neste terça-feira, dia 3.
O general responde à carta publicada, em Belém, pelos bispos que participaram do encontro de estudos do Instrumento de Trabalho do Sínodo da Amazônia, onde disseram que estão sendo “criminalizados” e tratados como “inimigos da pátria”.
“Não é verdade, até porque a maioria dos militares é de católicos”, declarou.
A íntegra da entrevista pode ser lida aqui.
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Foto: Geraldo Magela/Agência Senado