Cumprindo um protocolo judicial, a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou a manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre um pedido de investigação ao presidente Jair Bolsonaro (PL) por suposta participação em esquema de corrupção no Ministério da Educação .
Bolsonaro não foi alvo da operação que prendeu, na semana passada, o ex-ministro Milton Ribeiro e dois pastores suspeitos de serem lobistas que operavam um balcão de propina no MEC.
Eles foram libertados por decisão liminar do Tribunal Regional da 1ª Região, mas seguem sendo investigados pela Justiça Federal.
Contudo, Ribeiro citou em ligação grampeada pela Polícia Federal um alerta do presidente sobre a investigação.
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Isso motivou um pedido de investigação feito pelo deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG), líder da bancada petista na Câmara.
Se o presidente da República for envolvido, a investigação precisa do aval do STF – e do Ministério Público.
Vice fala da CPI
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos), opina que a abertura da CPI do MEC no Senado deve fracassar.
A princípio, a comissão parlamentar de inquérito busca investigar o escândalo de corrupção no Ministério da Educação.
Questionado nesta segunda-feira (27) sobre o funcionamento da CPI, Mourão respondeu:
“Acho complicado, porque está todo mundo pensando em eleição, não é? Mais aí três meses tem essa eleição. Então, eu acho que falta tempo para isso aí progredir. Acho também que não vai para frente”.
No fim da semana passada, o requerimento para instalação do colegiado obteve o número mínimo de assinaturas necessárias.
Encabeçada pelo líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a CPI do MEC busca investigar supostas fraudes cometidas na pasta durante a gestão do ex-ministro Milton Ribeiro – preso pela Polícia Federal na quarta-feira (22), acusado de tráfico de influência, advocacia administrativa, prevaricação e corrupção passiva.
O senador tentava, desde março, conseguir as 27 assinaturas mínimas necessárias para que o presidente da Casa Alta, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), decida sobre a instalação do colegiado. A prisão do ex-ministro deu fôlego à oposição para tirar a CPI do papel.
Além disso, nesta segunda, o vice-presidente ainda julgou que a prisão do ex-ministro não deve prejudicar a campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).
O general afirmou que a prisão foi “algo um tanto quanto apressado” e havia “indícios fracos” de prováveis crimes para embasar a medida.
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Foto: Rosinei Coutinho/STF