A defesa de Jair Bolsonaro trabalha para empurrar para o segundo semestre o julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) da ação que apura os ataques às urnas eletrônicas feitos por ele durante uma reunião com embaixadores no Palácio Alvorada — o processo com maior potencial de torná-lo inelegível. Ao longo dos próximos meses haverá mudanças na composição da Corte que podem beneficiar o ex-presidente.
Proposta pelo PDT em agosto do ano passado, a ação de investigação eleitoral é considerada a mais avançada entre as 16 que tramitam na Corte contra Bolsonaro. Nesse caso, Bolsonaro é acusado de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
Desde o ano passado, com frequência, o TSE tem aplicado derrotas a Bolsonaro por 4 votos a 3. Com o placar tem sido apertado, as alterações podem ser determinantes para a maré virar em favor do ex-presidente.
A primeira troca já ocorrerá no mês que vem. O ministro Ricardo Lewandowski, um dos magistrados mais ligados ao presidente Lula, se aposentará compulsoriamente, ao completar 75 anos.
Ele dará lugar a Nunes Marques, o primeiro nome indicado por Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF).
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Outras ações contra Bolsonaro no TSE:
Fake News
Investigação sobre uma suposta rede de perfis destinados a difundir informações falsas nas redes sociais. Relatório apresentado pelo PT sustenta que havia ação coordenada com o envolvimento do vereador Carlos Bolsonaro e de perfis de apoiadores da família do ex-presidente Bolsonaro.
Medidas em ano eleitoral
Ação movida pelo PT questiona medidas tomadas pela gestão Bolsonaro em ano eleitoral, apontadas como abuso de poder político e econômico. São citadas, entre outras, três envolvendo o Auxílio Brasil: permissão de empréstimo consignado, antecipação do pagamento e aumento de beneficiados.
Sete de Setembro
Duas investigações apuram se houve abuso de poder político e econômico, além de uso indevido dos meios de comunicação durante os eventos em Brasília e no Rio para celebrar o Bicentenário da Independência do Brasil. O ex-presidente é acusado de transformar o evento em comício eleitoral.
Leia mais na matéria de Mariana Muniz publicada no portal do jornal O Globo
Foto: divulgação