Bolsonaro manda comemorar golpe militar de 1964, diz porta-voz

Metade do país rejeita excesso de militares no governo Bolsonaro

Publicado em: 26/03/2019 às 07:11 | Atualizado em: 26/03/2019 às 07:14

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) determinou que o Ministério da Defesa faça as “comemorações devidas” ao golpe militar de 31 de março de 1964, que deu início à ditadura no Brasil.

A ordem é que a celebração seja feita de forma discreta, dentro de quartéis e batalhões, com a leitura da ordem do dia, realização de formaturas e palestras sobre o tema. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

Bolsonaro teme que comemorações efusivas do golpe de 1964 tensionem o clima político no país e ofusquem a reforma previdenciária, considerada a prioridade da atual gestão. A ordem do dia será divulgada apenas no dia 31.

 

Não foi golpe

O porta-voz disse ainda que Bolsonaro não considera a tomada de poder pelos militares, em 1964, um golpe.

“Ele considera que a sociedade reunida e percebendo o perigo que o país estava vivenciando naquele momento, juntou-se civis e militares e nós conseguimos recuperar e recolocar o nosso país num rumo que salvo melhor juízo, se tudo isso não tivesse ocorrido, hoje nós estaríamos tendo algum tipo de governo aqui que não seria bom para ninguém”, afirmou.

O episódio deu início no Brasil a um período de exceção, marcado por censura, torturas a adversários políticos, cassação de direitos e fechamento do Congresso Nacional.

A ditadura, que se estendeu até 1985, for marcada por um período sem eleições diretas para presidentes da República, o que só foi retomado em 1989, após a Constituição Federal de 1988.

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Foto: Agência Brasil