Bolsonaro se queixa por STF manter suspenso ‘orçamento secreto’

O presidente da RepĂºblica reclamou do que considera interferĂªncia do Supremo, criticando o uso da palavra "orçamento secreto"

Publicado em: 09/11/2021 Ă s 11:58 | Atualizado em: 09/11/2021 Ă s 11:58

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou hoje o Supremo Tribunal Federal (STF), apontando excesso de interferĂªncia.

Bolsonaro faz a queixa no mesmo dia em que a Corte julga ações que pedem a suspensĂ£o do pagamento de emendas do chamado “orçamento secreto” do Congresso.

AtĂ© as 10h (de BrasĂ­lia), quatro votos favorĂ¡veis Ă  suspensĂ£o jĂ¡ haviam sido apresentados no plenĂ¡rio virtual do STF.

Os ministros LuĂ­s Roberto Barroso, CĂ¡rmen LĂºcia e Edson Fachin seguiram o entendimento da ministra Rosa Weber, relatora do caso, que decidiu interromper os repasses na Ăºltima sexta-feira (5).

Em entrevista para o canal de Youtube Jornal da Cidade, Bolsonaro reclamou do que considera interferĂªncia do Supremo, criticando o uso da palavra “orçamento secreto”.

“VocĂª vĂª o STF tambĂ©m. Cada vez mais o Supremo, na verdade, interfere em tudo. Hoje teve interferĂªncia agora nessa histĂ³ria do orçamento secreto. Orçamento secreto publicado no DiĂ¡rio Oficial da UniĂ£o… Mas tudo bem”, disse.

O “orçamento secreto” remete a um tipo de emenda parlamentar —a de relator, com o cĂ³digo tĂ©cnico RP-9.

Ela ganhou esse apelido devido Ă  maior falta de transparĂªncia na aplicaĂ§Ă£o de seus recursos, segundo parlamentares de oposiĂ§Ă£o ao governo do presidente.

O tema Ă© de interesse direto de parlamentares e do Planalto, jĂ¡ que Bolsonaro pode perder apoio no Congresso em votações cruciais para o futuro do governo em caso de derrota no STF.

A mais imediata destas votações Ă© a da PEC dos PrecatĂ³rios, que deve ser analisada em segundo turno na CĂ¢mara hoje.

Ă€s vĂ©speras da votaĂ§Ă£o da – aprovada em primeiro turno na CĂ¢mara -, o governo Bolsonaro liberou quase R$ 1 bilhĂ£o em emendas a deputados. Foram R$ 909,7 milhões em emendas de interesse dos deputados federais em apenas dois dias.

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Foto: DivulgaĂ§Ă£o/Planalto