Chile terá independentes na construção da nova Constituição
Uma minoria teme, no entanto, que possa levar a uma Constituição muito esquerdista que mude radicalmente o modelo político e econômico ultraliberal do Chile

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 17/05/2021 às 10:52 | Atualizado em: 17/05/2021 às 11:01
O Chile concluiu ontem (16) a eleição constituinte que vai redigir a nova Constituição. Os independentes conquistam a maioria dos votos.
Os candidatos independentes surpreenderam os partidos tradicionais e conquistaram mais de 30% dos votos nas eleições.
Isso significa que os independentes representam o bloco dominante da assembleia constituinte que vai redigir a nova Carta Magna do país.
Nesse sentido, segundo especialistas a atual Constituição é considerada a origem das desigualdades do Chile.
A eleição foi realizada em dois dias devido à pandemia, após ter sido adiada por cinco semanas, desde 11 de abril, devido a uma nova onda de covid-19. Conforme o informa o G1 na edição de hoje (17).
Leia mais
Barroso diz que voto impresso é retrocesso e pode judicializar eleições
Mudança constitucional
O resultado indica 80% de apoio à opção “Aprovo” para a mudança constitucional em um dia que culminou em manifestações.
Outros 20% optaram pelo “Rejeito”, uma opção que se concentrou nas três comunas mais ricas do Chile.
Além dos constituintes, os chilenos votam em prefeitos, vereadores e, pela primeira vez, governadores regionais. Com isso, em mais uma etapa em direção a uma sociedade mais participativa.
O processo constitucional também marca a primeira vez no mundo que uma Constituição será redigida por pessoas eleitas de forma paritária.
Também fará história ao reservar 17 lugares na Assembleia aos 10 povos originários.
Leia mais
Eleitor tem um ano para se regularizar ou tirar novo título
Garantia de direitos
Nunca antes os chilenos tiveram a oportunidade de participar da elaboração e votação de uma nova Constituição.
Dessa forma, segundo várias pesquisas, os chilenos esperam ter garantidos diversos direitos sociais, como acesso à saúde, moradia e educação.
“Uma boa parte do futuro do nosso país está em jogo na redação de uma Constituição que nos una, não uma que nos separa, como a atual”, declarou o pré-candidato presidencial progressista Heraldo Muñoz, após votar no sábado.
Um levantamento da empresa Criteria, divulgado pelo jornal “La Tercera”, mostrou no sábado que 63% dos chilenos acreditam que o resultado da nova Constituição terá “consequências positivas para o país”.
Contudo, uma minoria teme, no entanto, que possa levar a uma Constituição muito esquerdista que mude radicalmente o modelo político e econômico ultraliberal do Chile.
Leia mais sobre o assunto no G1.
Foto: Tomás Silva/Arquivo-Agência Brasil