Congresso vota MPs do acordo entre governo e caminhoneiros

Publicado em: 28/05/2018 Ă s 18:38 | Atualizado em: 28/05/2018 Ă s 18:38
O Congresso Nacional recebeu, nesta segunda-feira (28), as trĂªs medidas provisĂ³rias assinadas pelo presidente Michel Temer que resultaram do acordo com os caminhoneiros para por fim Ă greve nacional iniciada no dia 21.
Para o presidente do Senado, EunĂcio Oliveira (MDB-CE/foto), essas MPs tramitarĂ£o em regime de urgĂªncia com o objetivo e acalmar o paĂs diante da greve dos caminhoneiros.
AlĂ©m das MPs, o governo anunciou a reduĂ§Ă£o de R$ 0,46 no preço do litro do diesel por 60 dias.
A reduĂ§Ă£o do preço do combustĂvel Ă© um dos pontos principais da pauta dos grevistas.
A MP 831/18 reserva 30% do frete contratado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para cooperativas de transporte autônomo, sindicatos e associações de autônomos.
Os transportadores serĂ£o contratados sem licitaĂ§Ă£o.
O preço do frete nĂ£o poderĂ¡ exceder ao praticado pela Conab.
Além disso, o contratado deve atender aos requisitos estabelecidos pela companhia, que é vinculada ao Ministério da Agricultura.
A Conab utiliza as transportadoras para movimentar grĂ£os pelo PaĂs e garantir o abastecimento de todas as regiões.
Os serviços de transporte sĂ£o contratados por leilĂ£o eletrĂ´nico.
Caminhoneiros
A MP 832/18 institui a PolĂtica de Preços MĂnimos do Transporte RodoviĂ¡rio de Cargas, com a finalidade de promover condições razoĂ¡veis Ă realizaĂ§Ă£o de fretes no territĂ³rio nacional.
Segundo o texto, a AgĂªncia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicarĂ¡ duas tabelas por ano (dias 20 de janeiro e 20 de julho) com os preços mĂnimos dos fretes por quilĂ´metro rodado, levando em conta o tipo de carga (geral, a granel, frigorificada, perigosa e neogranel) e, prioritariamente, os custos do Ă³leo diesel e dos pedĂ¡gios.
O texto determina que representantes das cooperativas de transporte de cargas e dos sindicatos de empresas de transportes e de transportadores autĂ´nomos participarĂ£o da fixaĂ§Ă£o dos preços mĂnimos.
A ANTT publicarĂ¡ a primeira tabela, com vigĂªncia atĂ© 20 de janeiro de 2019, no prazo de cinco dias, a contar deste domingo, data em que a MP foi publicada.
Por fim, a MP 832 estabelece que os preços do frete fixados pela ANTT terĂ£o natureza vinculativa e a nĂ£o observĂ¢ncia deles sujeitarĂ¡ o infrator a indenizar o transportador pelo dobro do que seria devido, descontado o valor jĂ¡ pago.

O movimento de carrreteiros e caminhoneiros tem resistĂªncia pelo custo-benefĂcio do setor
Foto: Marcello Casal Jr./EBC
Congresso
A MP 832 foi elaborada com base no Projeto de Lei 528/15, do deputado Assis do Couto (PDT-PR), jĂ¡ aprovado na CĂ¢mara dos Deputados e em tramitaĂ§Ă£o no Senado.
O texto tambĂ©m institui a PolĂtica de Preços MĂnimos do Transporte RodoviĂ¡rio de Cargas, com preços mĂnimos de frete fixados a cada seis meses.
A proposta estĂ¡ na pauta do PlenĂ¡rio do Senado desta segunda, onde tramita com o nĂºmero PLC 121/17.
A aprovaĂ§Ă£o do projeto Ă© uma das reivindicações dos caminhoneiros.
Nos Ăºltimos dias Assis do Couto participou das negociações entre o governo e os grevistas.
Apesar de apoiar o movimento, ele pediu, em pronunciamento em rede social neste sĂ¡bado, que fossem retiradas as faixas, espalhadas em diversas regiões do PaĂs, com pedido de intervenĂ§Ă£o militar.
As faixas teriam sido colocadas por uma parte dos manifestantes.
PedĂ¡gio
A Ăºltima medida provisĂ³ria editada pelo governo (MP 833/18) altera a Lei dos Motoristas (Lei 13.103/15) para estender para as rodovias estaduais, distritais e municipais a dispensa de pagamento de pedĂ¡gio do eixo suspenso de caminhões, uma das principais reivindicações dos grevistas.
Atualmente, o benefĂcio Ă© vĂ¡lido somente para as rodovias federais, conforme a lei e o Decreto 8.433/15.
Segundo a MP, o caminhoneiro que circular com os eixos indevidamente suspensos, para nĂ£o pagar o pedĂ¡gio, poderĂ¡ receber multa de natureza grave.
SerĂ£o criadas agora trĂªs comissões mistas para analisar as medidas provisĂ³rias. Depois das comissões, as MPs serĂ£o votadas pelos plenĂ¡rios da CĂ¢mara e do Senado.
Fonte: AgĂªncia Senado NotĂcias
Foto: Jonas Pereira/AgĂªncia Senado