O corte de bolsas para pós-graduação feito pelo governo Jair Bolsonaro em 2019 teve maior impacto no Nordeste. A região Norte teve 376 bolsas cortadas.
Os cursos mais atingidos são das áreas de engenharia, educação e medicina.
As bolsas são financiadas pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), órgão vinculado ao MEC (Ministério da Educação).
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Comandada por Abraham Weintraub, a pasta passou por bloqueios de orçamento no ano passado. As medidas provocaram redução de investimentos.
Foram canceladas 7.590 bolsas para financiar pesquisas de pós-graduandos.
No total, são 84,6 mil estudantes atendidos com financiamento.
A Folha obteve mapa detalhado da redução das bolsas em 2019 por meio da LAI (Lei de Acesso à Informação).
Do total de benefícios, 7.114 são ligados aos chamados programas institucionais da Capes, em que a concessão do recurso ocorre entre o órgão e o programa de pós-graduação.
Outras 476 bolsas integram acordos e editais específicos, em geral por temas e abertos a várias instituições.
Para a análise dos dados obtidos pela LAI, a Folha levou em conta apenas os benefícios dos programas institucionais.
O número absoluto de bolsas canceladas foi maior no Sudeste.
Porém, proporcionalmente, a região mais afetada foi o Nordeste.
No Sudeste, os cortes atingiram 2.882 bolsas —só a USP (Universidade de São Paulo) perdeu 420. Como a região concentra o maior número de programas e órgãos de pesquisa, os cancelamentos representaram 6% do total.
As instituições do Nordeste, por sua vez, perderam 2.063 bolsas, o equivalente a 12% das bolsas antes vigentes. Essa região do país tem um sistema menor e mais novo de pós-graduação e pesquisa.
Em todo o país, foram canceladas 8% das bolsas. Os critérios adotados para a redução do benefício foram, primeiramente, o de ociosidade (embora não houvesse bolsas ociosas —elas seriam atribuídas a novos pesquisadores) e depois o de qualidade, com base em avaliações realizadas pela Capes.
Fonte: Folha UOL
Foto: Agência Brasil